Pedro Ribeiro
(Foto: Vinícius Perbichi / Fundação Bienal de São Paulo)

 

O que  presidente Jair Bolsonaro pretende ao colocar um militar na Casa Civil? Esta é a pergunta que se faz em Brasília. Será que o Congresso Nacional vai literalmente tremer nas bases diante das intenções de um ministro milico?

Bolsonaro anunciou o general Walter Braga Netto, chefe do Estado-Maior do Exército, que comandou a operação militar no Rio de Janeiro,  como o novo ministro da Casa Civil. Agora, todos os Ministérios com gabinete no Palácio do Planalto estarão ocupados por militares.

CAPITÃO

Quem analisa esta postura do presidente Bolsonaro é o Estadão que, em editorial diz que “é compreensível que Bolsonaro queira ter, como seus ministros mais próximos, pessoas com quem tenha maior afinidade. O presidente, como capitão reformado do Exército, decerto sente-se mais à vontade e confiante com assessores que foram seus companheiros de farda ou são egressos do mesmo ambiente em que se formou como militar. O problema é que, assim, Bolsonaro parece disposto a fechar definitivamente as portas aos políticos, aquartelando-se no Palácio do Planalto”

Enquanto durar, contudo, o “gabinete fardado” do Palácio do Planalto é um indicativo claro de que o presidente Bolsonaro resolveu retirar o gerenciamento de seu governo da órbita dos políticos. “Ficou completamente militarizado o meu terceiro andar”, brincou o presidente, em referência ao andar do Palácio do Planalto onde ficam o gabinete da Presidência da República e os de alguns de seus principais auxiliares. Agora, ministros militares ocupam toda a chamada “cozinha do Planalto” – a Casa Civil, a Secretaria de Governo, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria-Geral.