Caio Soares: o perito em gente sai de cena
Nunca se viu alguém como ele. Por onde passava , deixava um rastro de alegria, conquistava corações e mente..
Nunca se viu alguém como ele. Por onde passava , deixava um rastro de alegria, conquistava corações e mentes.
Com humor surreal e inteligência cortante, tinha definições certeiras, o que fazia dele um grande conselheiro político e um amigo com quem se podia confidenciar sem medo.
Lúdico, decodificava assuntos complexos em enunciados de simplicidade desconcertante.
Tinha empatia, entendia de gente como poucos.
Um perito em gente!
Nele transbordava o que a moderna ciência classifica de inteligência social, atributo hoje tão valorizado até no mundo corporativo.
Uma vez imaginamos um filme sobre ele, que se chamaria simplesmente Caio. Mas dai o publicitário Sergio Mercer, seu amigo inseparável, ponderou que só Fellini poderia dar conta da empreitada e, mais, não havia ator capaz de alcançar a dimensão do personagem.
Apesar disso, o filme nunca deixou de passar em nossas cabeças, e vai continuar em cartaz em nossos corações, ainda mais agora que o Caio sai de cena. (Jaime Lechinski).
Tomamos a liberdade de completar o cirúrgico texto do Lechinski para dizer que Caio Soares era um cidadão alegre, feliz. Heinz Herwig, ex-presidente do Tribunal de Contas afirma que conheceu poucas pessoas tão íntegras e amiga como Caio.
Eu também tive a honra e o prazer de conhecer Caio Soares no Tribunal de Contas e em alguns bares da cidade, entre eles, o Tartaruga. Ninguém passava ao lado de sua mesa sem, antes, parar para uma prosa. “Estou tomando uma cervejinha e esperando os Jaimes – Lerner e Lechinski – para jantar.”, dizia, sempre sorrindo.
“Caio Soares deve ter morrido sorrindo, pois era alegre, ótima pessoa”, pontua o também amigo, Joel Malucelli.
Caio Soares morreu vítima de pneumonia. Era advogado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas. Morreu aos 78 anos de idade.