Pedro Ribeiro
(Foto: Vinícius Perbichi / Fundação Bienal de São Paulo)

jornalista político Aroldo Murá conta que para o ex-prefeito de Curitiba e deputado federal Gustavo Fruet (PDT/PR), a gestão do alcaide Rafael Valdomiro Greca de Macedo “subestimou o colapso da rede de saúde” com o agravamento da pandemia e não investiu os recursos disponíveis, repassados pelo governo federal.

“Objetivamente, em primeiro lugar: a gestão atual da prefeitura vem retirando recursos da saúde gradativamente, a ponto de antes da pandemia termos um número expressivo de unidades de saúde fechadas. Hoje, estamos com 53 unidades fechadas. Houve uma diminuição expressiva de pessoal, seguramente com falta de mais de mil pessoas na rede”, afirma Fruet à Coluna/Blog.

FALTOU TESTAGEM

Além disso, segundo Fruet, Curitiba tinha condições de fazer um trabalho melhor de testagem e acompanhamento de casos de contágio na cidade. “Um detalhe importante: temos uma equipe de saúde que está se desdobrando, mas com uma estrutura menor: foi uma opção dessa gestão, e tem sido uma tendência nesse momento em que perdeu força o investimento público.”

“Em segundo lugar, acredito que houve certo desprezo, achando que Curitiba e o Paraná, por terem uma estrutura melhor que outras regiões do Brasil, não chegariam ao colapso nem à lotação dos leitos. Acharam que não haveria crise. E não foi o que aconteceu, apesar da nossa boa rede de hospitais, ficou comprovado que não é rápido nem barato transformar leitos de UTI para covid”, critica.

EXPANSÃO DE REDE CORTADA

Gustavo Fruet relembra ainda que havia um planejamento de expansão da rede que não aconteceu. “Seria tanto via investimentos da prefeitura ou em convênios, especialmente na região norte de Curitiba, e foi cortado.

Não se monta uma estrutura dessa no meio de uma crise, mesmo que haja investimento em hospitais de campanha.” “Não só no Brasil, mas no Paraná e em Curitiba estamos pagando uma conta acima do que poderia ter sido feito.

E não foi por falta de recursos: Curitiba, como outras capitais, teve um acréscimo no repasse de recursos que superou a receita programada. Ou seja, tinha recursos e tem recursos disponíveis”, avalia.

Aroldo Murá é jornalista