Pedro Ribeiro
Foto: Cleverson Beje/FAEP

Por Alceo Rizzi

Sem o exagero do ex-presidente Lula, que por força retórica e de muitas vezes falar antes de pensar, e com certo descompromisso com o que diz e agrade, como a do comentário feito, o de que ” a pandemia foi uma benção”, para mostrar ao mundo o comando psicótico do país , é fato que ela contribuiu para resgatar grande parte de uma pretensa racionalidade que se havia iludida. Até de quem se deixou enganar por motivada repulsa aos métodos de governo do ex-presidente e sua sucessora e toda a avalanche de denúncias de corrupção havidas, com robustos indícios, ainda que algumas não tenham sido provadas. E que embarcou nessa nau de trágico naufrágio de insanidade a que se assiste.. Aos não contaminados pela estupidez ou pela fé cega e devota, e que se avolumam, com independência ao viés messiânico de quem quer que seja, incomoda o simplismo reducionista de um lado ou de outro. Ele não representa mais a expressão de um País que se pendura na esperança de se ver a salvo de verdades absolutas, de ser refém de um anacronismo havido e ao que existe, ainda que um tenha sido eventualmente melhor que o outro. A linha que se expande, mesmo com existência de massas alucinadas que se preservam e se confrontem, cada vez em menor importância e, ainda que haja certa repulsa, já não é apenas de única via. Há agora um movimento de ponteiro de relógio, pendular, de equilíbrio, sem o qual não se marca hora certa. Sinal de ajuste, talvez, de um tempo e de um compasso certo. Tomara que assim seja. E que se dê ainda mais corda.

 

Alceo Rizzi é jornalista