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Embate entre Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal

Embate entre Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal

Enquanto os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, estão fora a linha d..

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 30 de abril de 2020 - 09:17

Enquanto os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, estão fora a linha de tiro, o presidente Jair Bolsonaro vira as baterias de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o alvo é o ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro acusou nesta quinta-feira, 30, o ministro de decidir de forma “política” ao barrar a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral na Polícia Federal. O embate pode criar uma crise institucional entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

Em decisão liminar, Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem, amigo da família Bolsonaro e que atualmente ocupa a direção da Abin, sob o argumento de que apresentava indícios de “desvio de finalidade”.

Bolsonaro reagiu à medida observando que “desautorizar o presidente da República com uma canetada dizendo ‘impessoalidade’? Ontem quase tivermos uma crise institucional, quase, faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição”, afirmou Bolsonaro.

O presidente afirmou que não engoliu essa decisão. “Não engoli. Não é essa a forma de tratar um chefe do Executivo que não tem uma acusação de corrupção e faz tudo possível pelo seu País”, disse. Para Bolsonaro, a decisão de Moraes foi “política”. “No meu entender é uma decisão política. Política.”

Para azedar ainda mais o relacionamento, Bolsonaro lembrou a relação de Moraes com o então presidente Michel Temer, que o indicou para a Corte. “Como o senhor Alexandre de Moraes foi parar o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer, ou não foi?”, disse Bolsonaro.

Também o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub se tornou o primeiro do governo a virar alvo de investigação no STF por crime de racismo.

Enquanto confronta com a Corte máxima, Bolsonaro também negocia com o “Centrão” e pede um prazo de 15 dias para analisar os currículos das novas indicações do grupo de parlamentares que, supostamente, dariam apoio ao presidente no Congresso Nacional para livrá-lo de um possível impeachment.

O “Centrão” também estaria escalado para combater o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro durante seus esclarecimentos no Congresso Nacional a respeito da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

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