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Escândalo no MEC pode trazer consequências políticas a Bolsonaro

Escândalo no MEC pode trazer consequências políticas a Bolsonaro

O que aconteceu no Ministério da Educação, com liberação de verbas a prefeitos por pastores que controlam gabinete e ainda pedem propina em espécie e ouro, é mais uma vergonha

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 23 de março de 2022 - 09:14

O que aconteceu no Ministério da Educação, com liberação de verbas a prefeitos por pastores que controlam gabinete e ainda pedem propina em espécie e ouro, é mais uma vergonha deste governo que não controla os recursos públicos em um país com inflação alta, desemprego e um grande número de pessoas vivendo na miséria.

Um escândalo que envolve o governo, a igreja e interesses políticos. Esta é a “Escola sem Partidos” do ministro da Educação, Milton Ribeiro.  

Pedir dinheiro em espécie ou ouro para liberar recursos para construção de escolas e creches, como fez o pastor Arilton Moura, segundo o prefeito de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), é caso não apenas de polícia, mas de investigação no Congresso Nacional. 

O pastor pediu R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas da prefeitura e mais um quilo de ouro após a liberação dos recursos. “Ele (Arilton) disse: ‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não”, afirmou Braga, que diz não ter aceitado a proposta.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em áudio que atende o presidente Jair Bolsonaro ao direcionar verbas para prefeituras apontadas por pastores. Depois que a gravação repercutiu, ele negou o pedido de Bolsonaro, mas crise se instalou no MEC.

Apesar das negativas de Ribeiro, a situação política dele no comando da pasta se tornou instável. Os desdobramentos da denúncia vão ser decisivos para o futuro do ministro.

No áudio gravado durante uma reunião de Milton com prefeitos, o ministro diz:

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar.” Na reunião, em Brasília, em 2021, estavam presentes, além dos prefeitos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Mais à frente, o ministro acrescenta: “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar.”

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