Pedro Ribeiro

O protagonista da confusão política nacional nesta semana foi o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que vem mexendo com os nervos de todo mundo. Quer tudo para ele. Grava vídeo para Lula, sinaliza com possibilidade de apoio a Bolsonaro e se acha o rei da cocada. 

Se continuar neste ritmo, Kassab não passará de um trapalhão, porque o PSD tem lideranças nos estados e, com certeza, seus candidatos a deputados têm acordos com candidatos a governos.

Nesta semana, Kassab lambeu as botas do governador gaúcho Eduardo Leite e descartou o senador Rodrigo Pacheco. Com um pé em cada canoa, não precisa ser cientista político para saber o que Kassab quer. Continuar no poder, mandando nos bastidores do Congresso e Palácio do Planalto.

Para isso, terá um preço e parece que, neste momento, não sabe qual. 

Eliane Catanhêde, do Estadão, também analisa postura de Kassab e diz que, na percepção geral, Kassab previu há tempos a vitória do ex-presidente Lula, do PT, e já pulou no barco. Sem anunciar. Até diz que não descarta o apoio a Lula no primeiro turno, deixando claro o apoio no segundo, mas não admite com todas as letras.

O motivo é simples, já os desdobramentos são complexos. Kassab não pode fechar desde já com Lula porque líderes do PSD têm ojeriza ao petista e ao PT, sobretudo no Sul. Racharia o partido, que é tudo o que ele não quer.

Como desdobramento, é preciso fazer contorcionismos que só ele sabe fazer. Lançou o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para sossegar o PSD. Agora, deixa Pacheco em banho Maria, enquanto aquece a vaidade do governador Eduardo Leite, ainda tucano”.