Pedro Ribeiro

Por Aroldo Murá

A Prefeitura promoverá benfeitorias no local,

que ficarão para os proprietários do espaço

 

A Fundação Cultural de Curitiba pretende gastar pouco mais de meio milhão de reais em locação de parte do Solar do Rosário, que pertence a família Casillo. O imóvel tem o total de 1460 metros quadrados de área; e lá, uma edificação de mais de 800 metros quadrados será ocupada pela Fundação durante dois anos. Também foi autorizado que a Fundação amplie e reforme a área locada, benfeitorias que ficarão futuramente para a o Solar do Rosário. A locação do espaço foi feita com dispensa de licitação.

O imóvel é propriedade do casal de advogados Regina e João Casillo, donos do Solar do Rosário, amigos íntimos de Rafael Greca e Margarita Sansone. O processo nº 01-006838/2021, que trata da locação, não detalha o que Fundação Cultural fará no local. Apenas informa que haverá uma unidade cultural a ser gerida pela FCC.

OPOSIÇÃO DE OLHO

Reconhece-se que o Solar é um dos pontos importantes do Setor Histórico de Curitiba; antes de pertencer aos Casillo foi propriedade do historiador Newton Carneiro. E, por alguns anos, lá funcionou o Goeth Institut. É imóvel de preservação histórica.

Inconformados com a maneira que a FCC “tratou o assunto”, meios oposicionistas da Câmara Municipal já admitem encaminhar pedido de informação à FCC e à Prefeitura. Pelo menos isso é o que cogita o vereador que hoje, 22, telefonou ao site/coluna manifestando sua “estranheza pela forma como a administração Greca usa de pesos e medidas diferentes para tratar a coisa pública”. Ele pede anonimato “por ora, enquanto estudo o assunto”.

E indaga: “Por acaso esse critério é também usado no caso de outras locações? A Prefeitura/FCC pode citá-los?” Ou será que o caso citado encontra-se em situação que justifique dispensa de licitação?

Não é a primeira vez que o prefeito Rafael Greca ajuda a promover projetos do Solar Rosário. Há dois anos, fez com que a FCC, a Secretaria Municipal da Educação e também a Comunicação da Prefeitura trabalhassem para promover o ônibus museu, que era gerenciado por pelo Solar.

No mesmo local, o alcaide também lançou seu livro Curitiba Luz dos Pinhais, com noite de autógrafos, no início do mandato anterior. Um dos pontos mais fortes da indagação que vereadores poderão fazer, além do da falta de licitação, é o porquê de outros prédios cadastrados pela Secretaria de Administração de Curitiba não terem sido considerados ou cogitados para a locação.

 

Aroldo Murá é jornalista