
O perigo do governo Bolsonaro está na saúde, onde 150 milhões de brasileiros dependem do SUS
Pedro Ribeiro
08 de janeiro de 2019, 14:39
É impressão ou de fato uma certa arrogância está permeando o comportamento de alguns componentes da equipe..
Pedro Ribeiro - 08 de janeiro de 2019, 17:46
É impressão ou de fato uma certa arrogância está permeando o comportamento de alguns componentes da equipe do novo governo? A maneira como a maioria tem-se manifestado em entrevistas à imprensa parece transpirar uma certa fleuma de sabedoria e genialidade, e já nem se incluem aqui as mancadas, trapalhadas e declarações inapropriadas e fora de contexto de alguns ministros.
Dá arrepios pensar que estão sendo acometidos ou contaminados ainda pelo ambiente e pelos ares dos gabinetes do sindicalismo populista, caracterizado pela arrogância, soberba e depois pelo patrimonialismo com o qual trataram o Estado brasileiro.
Por incrível que pareça a voz mais sensata que tem se manifestado com certa moderação, com palavras apropriadas e dentro dos contextos, sem exibicionismo e com serenidade, tem sido a do Ministro Chefe de Gabinete Institucional, general de reserva do Exército, Augusto Heleno.. Em todas as entrevistas que tem dado, e já foram muitas, o ministro fala com educação, serenidade e conhecimento de causas, transmite racionalidade impressão de um governo orgânico em seus conceitos e propostas para o país.
Até mesmo quando é colocado em saia justa por jornalistas, com perguntas indiscretas e impertinentes, à procura de identificar ou mesmo alimentar eventuais cisões dentro da equipe do novo governo. Como faz agora, dizendo que Onyx Lorenzoni, Ministro Chefe da Casa Civil e Paulo Guedes, ministro da Economia são “best friends”, e que não há rusgas no relacionamento entre ambos.
Para quem sempre foi instruído e educado dentro da caserna, acostumado à ordens unidas, continências e exercício de voz de comando de tropas, inclusive em meio á selva amazônica, o general Heleno, voz mansa mas sempre firme, deve estar achando que a selva de Brasília não passa de um capão, comparado á lugares por onde já se embrenhou. Fala sempre com serenidade, não eleva a voz nem mesmo quando é contraditado em entrevistas, mantém postura firme e humilde, demonstra a credibilidade de quem sabe comandar.
O general tem-se revelado uma figura simpática na paisagem árida do cerrado do poder do Distrito Federal e invariavelmente quando é visto em público, fora de atos oficiais, aparece sempre carregando nas costas a pequena mochila onde guarda seus pertences, hábito que não perdeu de seus tempos de caserna. Ao contrário dele, sem nenhum traço de simpatia, envergadura ou a influência que goza o general, alguns parecem desfilar por Brasília e pela nova equipe, tendo como prioridade ostentar seus egos, vaidosos e narcisistas. Assim como fizeram durante anos os muitos integrantes do populismo sindical petistas soberbos e arrogantes porque era só o que possuíam para mostrar.
Não é atribuição do ministro falar pelo governo, e diante da tensão ideológica que marca a politica brasileira, seria mesmo inapropriado, quando não um desatino. Mas ele poderia ao menos, em seminários internos da equipe, ensinar a todos como se faz. E como se fala em público.
Seria um bom começo!