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Institutos de pesquisas estão sob investigação

Institutos de pesquisas estão sob investigação

Alguns institutos de pesquisas que fizeram levantamentos nas eleições serão investigados pelo CADE.

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 13 de outubro de 2022 - 18:01

Diante das denúncias de possíveis conluios entre institutos de pesquisas que entrevistaram eleitores durante as eleições e deram números semelhantes e conflitantes com a realidade, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, determinou a abertura de um inquérito para investigar os institutos de pesquisa Datafolha, Ipec e Ipesp. 

Em seu argumento, Macedo disse que os institutos erraram de maneira semelhante o resultado final da votação do dia 2 de outubro para Presidente da República, podendo caracterizar conduta coordenada entre as empresas de sondagens. 

Para o deputado federal, Ricardo Barros (PP), é importante que a Polícia Federal e do Cade investiguem os institutos de pesquisas que estão fazendo explorações indevidas  e especulando nas suas pesquisas, principalmente em relação aos resultados das eleições. “Na minha opinião, os Institutos Datafolha e Ipec estão juntos nestes resultados indevidos”, disse.

O presidente do Cade cita matérias jornalísticas que mostram que as diferenças ficaram acima da margem de erro nas pesquisas sobre a corrida presidencial de vários institutos.

A diferença apresentada entre as pesquisas e o resultado das Eleições publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levou o Cade a investigar se os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestradas dos institutos de pesquisa.

Segundo o presidente do Cade, ao pegar uma amostra de 19 institutos, ele aponta que 10 erraram a porcentagem de votos do candidato Luiz Inácio Lula da Silva para além da margem de erro e 18 erraram a projeção para a votação de Jair Bolsonaro para além da margem de confiança das pesquisas. Ainda assim, ele determinou a investigação sobre apenas três deles (Datafolha, Ipespe e Ipec), informou o Estadão.

“Ocorre que, quando há uma grande quantidade de pesquisas que falham simultaneamente e no mesmo sentido, é pouco provável que este tipo de erro seja fruto de mero acaso (como a existência da coleta de um valor extremo amostral)”, argumenta Cordeiro. “É absolutamente improvável que a amostra da pesquisa em questão tenha sido bem desenhada, sendo o resultado da pesquisa um mero valor extremo e esperado do ponto de vista amostral. Tal improbabilidade de resultado levanta suspeita a respeito da independência das ações dos referidos agentes, pelos motivos já destacados”, completa.

Consultada pela reportagem do Estadão, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), informou que vai pronunciar após analisar o caso do ponto de vista jurídico. As empresas citadas pelo Cade vão se manifestar por meio da entidade. (Com Estadão).

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