Institutos de pesquisas estão sob investigação
Alguns institutos de pesquisas que fizeram levantamentos nas eleições serão investigados pelo CADE.
Diante das denúncias de possíveis conluios entre institutos de pesquisas que entrevistaram eleitores durante as eleições e deram números semelhantes e conflitantes com a realidade, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, determinou a abertura de um inquérito para investigar os institutos de pesquisa Datafolha, Ipec e Ipesp.
Em seu argumento, Macedo disse que os institutos erraram de maneira semelhante o resultado final da votação do dia 2 de outubro para Presidente da República, podendo caracterizar conduta coordenada entre as empresas de sondagens.
Para o deputado federal, Ricardo Barros (PP), é importante que a Polícia Federal e do Cade investiguem os institutos de pesquisas que estão fazendo explorações indevidas e especulando nas suas pesquisas, principalmente em relação aos resultados das eleições. “Na minha opinião, os Institutos Datafolha e Ipec estão juntos nestes resultados indevidos”, disse.
O presidente do Cade cita matérias jornalísticas que mostram que as diferenças ficaram acima da margem de erro nas pesquisas sobre a corrida presidencial de vários institutos.
A diferença apresentada entre as pesquisas e o resultado das Eleições publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levou o Cade a investigar se os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestradas dos institutos de pesquisa.
Segundo o presidente do Cade, ao pegar uma amostra de 19 institutos, ele aponta que 10 erraram a porcentagem de votos do candidato Luiz Inácio Lula da Silva para além da margem de erro e 18 erraram a projeção para a votação de Jair Bolsonaro para além da margem de confiança das pesquisas. Ainda assim, ele determinou a investigação sobre apenas três deles (Datafolha, Ipespe e Ipec), informou o Estadão.
“Ocorre que, quando há uma grande quantidade de pesquisas que falham simultaneamente e no mesmo sentido, é pouco provável que este tipo de erro seja fruto de mero acaso (como a existência da coleta de um valor extremo amostral)”, argumenta Cordeiro. “É absolutamente improvável que a amostra da pesquisa em questão tenha sido bem desenhada, sendo o resultado da pesquisa um mero valor extremo e esperado do ponto de vista amostral. Tal improbabilidade de resultado levanta suspeita a respeito da independência das ações dos referidos agentes, pelos motivos já destacados”, completa.
Consultada pela reportagem do Estadão, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), informou que vai pronunciar após analisar o caso do ponto de vista jurídico. As empresas citadas pelo Cade vão se manifestar por meio da entidade. (Com Estadão).