Pedro Ribeiro

Alceo Rizzi

A História do poder no Brasil parece sempre assombrada por um ou mais cadáveres, desde a República Velha, com o assassinato passional transformando em crise política, do então governador da Paraíba, João Pessoa. Era o vice de chapa de Getúlio Vargas, pela Aliança Liberal e ludibriado pelo caudilho gaúcho que fez acordo, por baixo do pano, com o então presidente, Washington Luís, para eleger seu sucessor Júlio Prestes. Foi o estopim para o fim da Velha Republica. Anos mais tarde, Getúlio presidente, acuado, comete suicídio após tentativa de assassinato de Carlos Lacerda que acabou vitimando um sargento. Já, no regime militar, as mortes ainda polêmicas do ex-presidente Juscelino Kubitschek e do marechal Castelo Branco, titular no cargo, em supostos acidentes rodoviário e aéreo. Surgem então , anos mais tarde, as iminências pardas, das cozinhas do poder de fato ou político, PC Farias, caixa 2 de Collor, assassinado com a namorada em uma praia em Alagoas, enquanto dormiam. No roteiro, os mistérios que ainda rondam sobre o cadáver insepulto do prefeito de Santo André, do PT, Celso Daniel, suposto suporte financeiro para a trajetória de Lula à presidência. Junto com ele, as escabrosas mortes de sete ou oito testemunhas, anos mais tarde. Agora, a do miliciano que mantinha relações com a primeira família, por ela condecorado e elogiado, suspeito de envolvimento na morte da vereadora carioca. O que Shakespeare diria em Hamelet sobre nosso reino fosse ele a Dinamarca??

Alceo Rizzi é jornalista, escritor e publicitário