Pedro Ribeiro

 

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro passeia de motocicleta em São Paulo e volta a pregar o negacionismo com a liberação do uso de máscaras para prevenção da covid como se fosse um item importante em seu plano de governo, o vice-presidente, Hamilton Mourão, dava lições de cidadania e conhecimento dos reais problemas do país em encontro com membros graduados da Maçonaria.

Isolado pelo Palácio do Planalto, Mourão disse aos maçons justamente o que eles e toda sociedade brasileira queriam ouvir: a difícil travessia do Brasil para uma sociedade mais justa. Pontuou os problemas da pandemia, do desemprego que bate à casa dos 13 milhões de pessoas, do alto número de homicídios no país que passa de 60 mil por ano e principalmente da educação.

Mourão, que esteve em ações na selva amazônica, disse que o Brasil vai se ajustar e só tem um caminho: o da democracia. Ele manifestou descontentamento pelos gastos do governo federal na área da educação privilegiando as universidades enquanto, na sua opinião, há uma necessidade de canalizar recursos para o ensino básico e fundamental para formar cidadãos. É preciso reverter este quadro, afirmou.

Já Bolsonaro nos parece que está em outro planeta. Pouco fala em desemprego e seu foco está na briga com governadores e prefeitos que atenderam às recomendações das autoridades da área sanitária do Brasil e do mundo para combater a pandemia do coronavírus que bate, hoje, 485 mil mortes no país.

Bolsonaro, em dois anos e pouco mais de governo ainda não apresentou um plano para o pais. Vive governando para as Forças Armadas, como se o Exército fosse a coisa mais importante para o Brasil devastado pelo desemprego, pela economia com inflação alta, desmatamento, além de perder grande parte de seu tempo para defender sua família.

Esse sistema truculento de governar tem levado Bolsonaro a perder pontos nas pesquisas de opinião pública como os recentes dados publicados pela XP e Exame onde mostram vertiginosa queda no número de pessoas que acham que seu governo está ruim e péssimo. Esses números já chegam a 50%. Enquanto isso, dá margem ao crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos maiores corruptos do país, saldo pelo ministro do STF, Edson Fachin.