Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação/Federação Paranaense de Esgrima

 

A morte está cada vez próximas de nós. É um amigo, um parente, um conhecido, uma personalidade, um anônimo. A covid está, impiedosamente, matando pessoas em todo o mundo e, no Brasil, já são 500 mil mortes, o que equivale a uma cidade do tamanho de Londrina.

E o que vemos, pelas redes sociais, e o que ouvimos da própria boca do presidente da República, Jair Bolsonaro, não são palavras de conforto em relação ao controle, ao ataque de frente, dessa trágica pandemia.

O que nos deixa pasmos é ver Bolsonaro contra vacinas, como ficou explicitamente comprovado na CPI do Senado, é ver Bolsonaro contra o distanciamento social e o último exemplo foi sua investida junto à suprema corte pedindo para que estados, entre eles o Paraná, não decretem toque de recolher.

Diante desse quadro devastador, fica difícil saber ou adivinhar o que pretende o presidente Bolsonaro. É uma incógnita. Talvez mude um pouco o tom de suas conversas enfadonhas aos seguidores em frente ao Palácio do Alvorada, depois de ver as manifestações acontecidas em todo país contra sua política de gestão.

NEM COVARDE NEM DEBOCHADO

O jornalista Alceo Rizzi, colaborador do Paraná Portal, escreve: “Um efeito correlato às expressivas manifestações de sábado, de protesto contra o presidente, é colocar algum freio nas manifestações de apoio que ele tem convocado com a retaguarda da máquina do governo. Podem até continuar a acontecer, mas provavelmente serão mais esporádicas, vão exigir maior esforço de mobilização para não serem inexpressivas, comparadas as que se viu nas do protesto. Algo como aquela estória do folclore político, do candidato que se confunde e vai com seu assessor para fazer discurso em comício do adversário, pensando que ser o organizado pela coordenação de sua campanha. Ao se dar conta da trapalhada e do clima hostil, tratam de pular fora e o assessor é didaticamente aconselhado: para que ele ajuste os passos, sem correr para não parecer covardia e sem andar tão devagar para não parecer deboche.