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Pedágio que nos remete aos anos de estradas intransitáveis e perigosas

Pedágio que nos remete aos anos de estradas intransitáveis e perigosas

Os entraves no processo de concessão de rodovias no Paraná poderá nos remeter aos tempos em que não tínhamos estradas para trafegar.

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 20 de abril de 2022 - 09:54

 

Os paranaenses que acompanham o processo das novas concessões nas estradas paranaenses, principalmente os usuários do dia a dia que transportam cargas para movimentar a economia, alimentar as cidades, além do transporte escolar e de ambulâncias que salvam vias, estão preocupados com essa novela que deve se arrastar por um ou dois anos e sem uma luz que indique solução. A cada dia que passa, uma nova surpresa e entrave.

Depois de muita discussão, com audiências públicas feitas pela Assembleia Legislativa, ainda não se chegou a um modelo ideal para o pedágio. Culpa, é claro, do Governo do Estado, que tinha as prerrogativas para fazer o programa e preferiu repassar as rodovias federais e estaduais do então pedágio para o Governo Federal que, é natural, desenhou um modelo que fique bom para ele.

Empresários do setor produtivo, junto com deputados da Frente Parlamentar do Pedágio, apresentaram várias propostas que viessem atender aos interesses do Paraná e dos paranaenses, principalmente com os itens como tarifas a preços decentes e mais obras em todo o Estado. 

O Governo Federal deu às costas para essas propostas e tentou enfiar goela abaixo das autoridades paranaenses um programa desenhado por seus técnicos. O Paraná está tentando adaptar esse programa, mas não está conseguindo, por falta, quem sabe, de pressão maior junto ao Ministério dos Transportes.

Agora, vem o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apontar falhas graves sobre a modelagem proposta, obras, localização de praças e, inclusive, alerta sobre o risco à competitividade econômica do Paraná, caso seja adotado, foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU). 

A pergunta que se faz: por que a UFPR não fez isso antes, quando foi entregue o modelo paranaense ao Governo Federal? 

A cada dia criam-se novas dificuldades e o processo vai se alongando. Ninguém sabe quando serão realizadas as licitações para o efetivo início do programa.

No Rio Grande do Sul, foi um desastre. Foram realizadas duas licitações para pedágio em Santa Maria e apareceram apenas três concorrentes e, pelo que se tem conhecimento, com falhas técnicas que podem prejudicar o programa.

Outra licitação na Serra Gaúcha teve apenas uma empresa concorrente.

Com esse imbróglio no Paraná o Estado corre o risco de, também, não ter concorrente na licitação ou ter empresas que não são do ramo, ou seja, oportunistas, e prejudicar o programa.

É difícil equilibrar a vontade de tarifas baixas e uma quantidade razoável de obras como deixar o projeto interessante ao capital privado.

Enquanto isso, as estradas vão ficar cada vez piores, se deteriorando, o que nos remete aos duros anos em que trafegar nas estradas paranaenses era uma perigosa aventura.

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