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PGE investiga suspeita de propina no MEC 

PGE investiga suspeita de propina no MEC 

A denúncia de propina no Ministério da Educação levou o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir a abertura de um inquérito para investigar se o ministro da Educação

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 24 de março de 2022 - 06:32

A denúncia de propina no Ministério da Educação levou o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir a abertura de um inquérito para investigar se o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que teria favorecido a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Controladoria-Geral da União divulgou uma nota ponde informa que constitui uma comissão para apurar duas denúncias de irregularidades no Ministério da Educação (MEC).

“Ao final dos trabalhos, a comissão não constatou irregularidades cometidas por agentes públicos, mas sim possíveis irregularidades cometidas por terceiros, e sugeriu o encaminhamento dos autos à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), ante a possibilidade de ocorrência de crime por ocasião da oferta de vantagem indevida”, diz a nota.

O ministro Milton Ribeiro admitiu favorecimento, mas negou ter cometido qualquer irregularidade e disse ter denunciado os pastores por sua conduta, além de isentar o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo informações obtidas dentro do próprio MEC, atuação do gabinete paralelo envolvia compra de Bíblias para serem distribuídas nas cidades que recebiam a visita do ministro Milton Ribeiro, e dinheiro para a igreja evangélica. 

O responsável pelas negociações com prefeituras era o pastor Arilton Moura e pedia dinheiro e até ouro para liberar os recursos que seriam destinados à construção de escolas e creches. Os relatos de cobrança de propinas para compra de Bíblias foram revelados pelo jornal O Globo e confirmados pelo Estadão.

Versões da Bíblia comentada por Gilmar Santos, outro pastor próximo de Ribeiro, foram distribuídas em um evento com o ministro na cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo para Todos, que produz os livros, informou o Estadão. 

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