Colunas
Picler decreta “silêncio obsequioso” quando perguntado se concorrerá ao Senado

Picler decreta “silêncio obsequioso” quando perguntado se concorrerá ao Senado

Aroldo Murá Ao mesmo tempo, costuma dizer que se fossedar ouvidos a rumores, não teria chegado onde chegouAN..

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 23 de junho de 2021 - 09:13

Aroldo Murá

 

Ao mesmo tempo, costuma dizer que se fosse

dar ouvidos a rumores, não teria chegado onde chegou

Wilson Picler, bacharel e Mestre em Física, doutorando na área, pela Unicamp, é um enorme diferencial na política paranaense. A começar pelo fato de que só tentou uma eleição, anos atrás, depois de estar consolidado como empresário de porte nacional: sua Uninter é o décimo maior grupo educacional do Brasil, com 300 mil alunos entre presencial e a distância. Tem 500 polos espalhados no Brasil e exterior.

Nas vezes que tentou mandato eletivo, conseguiu primeira suplência de deputado federal, mandato quer exerceu com alta produtividade. Empunhou a bandeira da educação, com bons resultados. Ajudou, por exemplo, a fortalecer o Pró-Uni. Bolsonarista que nunca escondeu suas escolhas, professor Picler vem sendo apontado insistentemente como candidato ao Senado pelo Patriotas, partido ao qual acaba de filiar-se. Mas ele, na verdade, não se coloca como candidato a nada, hoje. Isso sem descartar a possibilidade de concorrer em 2022. A cautela tem uma razão forte de ser: “é cedo para exposição eleitoral”, disse-me hoje, 22. Quando lhe indago se tem, como se propaga, o apoio do governador Ratinho Junior e a do presidente Bolsonaro para sua candidatura ao Senado, limita-se a um “vamos esperar e ver…”

SAINDO NA FRENTE

“Esse aparente “low profile” do empresário e educador tem motivos para ser”, aponta um dirigente de diretório estadual de forte legenda política, acentuando: “Picler sabe que sair na frente raramente pode garantir vitória. E sabe também que Bolsonaro e Ratinho podem até mesmo apostar em nomes como o de Ricardo Barros, que não esconderia sua pretensão de tentar a chamada câmara alta”. Barros, homem de sólida reputação como articulador político, não é o que se pode classificar de “bom de voto”.

Em apoio, mesmo que parcial a essa análise do dirigente político, que pediu anonimato, há o fato recente, fartamente anunciado, de encontro de Barros com Ratinho. Não foi mera visita de cortesia. No plano nacional, por exemplo, os jornalões já começam a indicar que o presidente Bolsonaro, mesmo sem ter aderido oficialmente ao Patriotas, já começou a mostrar seus preferidos para 2022, em Estados. Tem candidato ao governo do Piauí, por exemplo, onde o PT é o dono da bola há muitos anos.

DECISÃO COM FÉ

Acostumado a esperar e vencer dificuldades – Picler diz, categórico, que se entrega às mãos do Senhor. Como sempre o fez, desde quando partiu como menino pobre, com o irmão, para “fazer Curitiba”, estudar no Cefet, na UFPR e partir para a longa marcha que o colocou no comando da Uninter. Uma velha raposa da política local fez a seguinte observação hoje, 22, sobre o futuro político de Picler: “A mim me parece muito sintomático que o governo de Bolsonaro tem olhar de apoio a Picler. Se não, como ler a visita que fez à Uninter, há um mês, o ministro da Educação, que a Curitiba veio só para abraçar Picler pelos 25 anos da Corporação educacional?”

 

Aroldo Murá é jornalista

Compartilhe