Pedro Ribeiro

 

O governador Ratinho Junior (PSD), com alto índice de aprovação e favorito em outubro, já se equilibra entre três postulantes à Presidência da República. Terá que levar a campanha de reeleição com muita habilidade política. Ratinho Junior apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL) que aponta em lives os mais de R$ 2,5 bilhões em obras custeadas pela Itaipu Binacional no Oeste e Noroeste do Paraná. O governador tem apreço e admiração pelo ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), outro presidenciável, e o seu partido (PSD) ensaia a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Além dos três prováveis palanques, a base política de Ratinho Junior na Assembleia Legislativa é formada ainda pelo DEM e PSL (em processo de fusão no União Brasil), PSB, MDB, Republicanos, PSC, Pros, PV, PSDB, CDN, PDT, PP, PL, PTB, Podemos e Patriotas. Cada um dos 16 partidos se movimentam em busca de um lugar na chapa do governador como vice ou candidato preferido ao Senado.

O União Brasil tende a apoiar Moro, o PSDB vai de João Dória (SP) para presidente, o MDB lançou a senadora Simone Tebet (MS), PSB e PV estão mais próximos do ex-presidente Lula (PT), e o PDT tem o ex-governador Ciro Gomes (CE) como presidenciável. E a maioria quer Ratinho Junior no palanque ou em acordo de não-agressão.

Ratinho Junior vai contar com o calendário eleitoral para movimentar o tabuleiro eleitoral. Já liberou o chefe da Casa Civil, Guto Silva (PSD), para voltar à Assembleia Legislativa em janeiro. Em fevereiro deve pingar as primeiras pesquisas eleitorais registradas no TSE ou para consumo interno. Também será o mês das primeiras reuniões de formação das chapas proporcionais (deputado estadual e deputado federal).

Em 1º março será o prazo final para formalização no TSE das federações partidárias. Março ainda, com a abertura da janela partidária, terá uma nova composição das forças políticas no legislativo estadual e na Câmara dos Deputados.

Em abril, o retorno dos deputados-secretários na Assembleia e Câmara dos Deputados (Marcel Micheletto, Márcio Nunes, Ney Leprevost e Sandro Alex) e o prazo de desincompatibilização dos secretários estaduais e municipais, ministros e prefeitos interessados em participar das eleições de 3 outubro. Em maio e junho serão definidas as chapas para as eleições que devem se balizar pelas pesquisas ou pelas composições regionais. Julho e agosto será a vez das convenções partidárias

“Tenho certeza de que o governador vai agir com toda inteligência e capacidade, agir com quem realmente tem voto firme no Paraná, que, na minha opinião, é o presidente Jair Bolsonaro, e com o PL, que é o segundo maior partido do Estado”, disse o deputado Fernando Giacobo, presidente estadual do PL, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

“Com a filiação do presidente, o PL do Paraná, na abertura da janela, deve aumentar bastante de tamanho. Não vejo chance de Bolsonaro concordar em dividir palanque com Moro”, completa Giacobo, pré-candidato ao Senado em 2 de outubro.

Mas há pelo menos outros cinco candidatos ao Senado na base de Ratinho Junior: Alvaro Dias (Podemos) – à reeleição, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), Guto Silva (PSD), Marcelo Rangel (PSDB), e Wilson Picler (Patriota).

Na vice-candidatura, os prefeitos Marcelo Belinati (PP) e Ulisses Maia (PSD) afirmam que preferem continuar nos governos de Londrina e Maringá, respectivamente. Já Leonaldo Paranhos (PSC), prefeito de Cascavel, pode ser uma opção na composição com o Podemos; e Chico Brasileiro (PSD), prefeito de Foz do Iguaçu, deve coordenar a campanha de reeleição do governador no oeste. Em entrevistas, Ratinho Junior tem dito que gosta muito do atual vice-governador Darci Piana (PSD), com grande inserção no setor produtivo.