Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação/Junto Seguros

Por Alceo Rizzi

Surge a dúvida se é o caso de reagir com indignação como sendo mais um gesto de deboche e de escárnio, ou se é de se comemorar como espécie de trégua a decisão da Câmara dos Deputados em esticar o recesso parlamentar para depois do Carnaval, início de fevereiro. Justificativa do presidente da Câmara, Artur Lira é a de evitar circulação de pessoas na Casa diante da nova variante mais contagiosa do vírus da pandemeia. E, de quebra, ora se veja, contribuir para melhor uso de recursos públicos, como a economia de gastos com passagens aéreas, diante da possibilidade de cancelamento e não ressarcimento de seus valores pelas companhias, dada a bagunça que acontece no setor aéreo. E ninguém fica enrubescido diante dessa sólida e inquestionável argumentação. De outro modo, a julgar pelo histórico da pauta de trabalho que consumiu praticamente todo o árduo ano que passou, há que se louvar de certa maneira a decisão tomada, mesmo que ela não seja acompanhada pelo Senado. Pode ser que, de maneira virtual com que venham então a tratar depois de suas edificantes tarefas, também se contribua de outra forma para melhor gestão dos recursos públicos. Fica mais difícil, resta menos tempo para tramar qualquer ato cívico. Talvez já nem precise. Mas, não deixa de ser louvável. Já é uma trégua. Temporária, mas é!

 

Alceo Rizzi é jornalista