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Quarentena, miséria e a hora do Brasil dar as mãos

Quarentena, miséria e a hora do Brasil dar as mãos

 Lendo postagens seletivas no facebook, uma me chamou a atenção. Despretensiosamente, a jornalista Marília M..

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 18 de março de 2020 - 22:43

 

Lendo postagens seletivas no facebook, uma me chamou a atenção. Despretensiosamente, a jornalista Marília Mesquista, empresária do setor de eventos,  comenta que, apesar do cancelamento de agendas do seu ramo de negócios, devido ao avanço e a loucura com que o Covid-19 está tomando conta do país,  não lamenta apenas  o que acontecerá com sua empresa, no seu quintal,  mas com o vizinho, o padeiro, a banca de jornais e revistas, o bar da esquina, pequenos restaurantes e outras atividades do comércio e serviços que vão sucumbir diante do que enxergamos  à nossa frente. E não há como fecharmos os olhos.

A partir das observações da Marília, pergunto: como ficarão os 13,5 milhões de pessoas com renda mensal inferior a R$ 145 por mês e que estão vivendo em situação de miséria no país?

Esse número é equivalente a 6,5% dos brasileiros e maior que a população de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. O total de miseráveis no país vem crescendo desde que começou a crise econômica, em 2015. Segundo o IBGE,em 2014, 4,5% dos brasileiros viviam abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2018, esse percentual subiu ao patamar recorde de 6,5%. Hoje são 13,5 milhões.

Remeto o pensamento aos números da Lava Jato, onde operações ilícitas, sejam por empresas, empresários ou políticos, consumiram bilhões de reais que poderiam ser investidos em infraestrutura, principalmente na área social, com saneamento básico, saúde e habitação para este grande número de brasileiros que vivem à margem da miséria.

Diante desses dois quadros – miséria e roubo – também  somamos o elevado número de desempregados no país que hoje passa de 13 milhões de pessoas e a concentração de renda que voltou a piorar, onde o índice que mede a desigualdade foi maior em 2019. Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu 8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.

HORIZONTE SOMBRIO

Tudo isso nos leva a pensar e acreditar, cara jornalista Marília, que, com esse panorama do Covid-19, onde vislumbramos um horizonte nada favorável, pelo contrário, sombrio, vamos ver, lamentavelmente, muitas pessoas passarem fome devido ao efeito dessa quarentena que temos que passar e você colocou muito bem quando pede para que a população se una e ajude os mais necessitados, fazendo compras e distribuindo em casas, barracos e mesmo aos moradores de rua.

Esperamos que, a partir dos próximos anos, o Brasil amadureça e para isso contamos com o apoio dos governos, da sociedade civil, da classe empresarial e principalmente do Congresso Nacional, para que olhem para o futuro desta nação com espírito e visão de combate à pobreza, à miséria, investindo principalmente em saneamento básico que é o básico da saúde e um dever do Estado para com seus cidadãos. Um mínimo de qualidade de vida e de cidadania.

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