Pedro Ribeiro

 

Tudo começou com o General Augusto Heleno, do núcleo duro do governo. Em resposta à posição do Congresso Nacional em relação à distribuição de recursos para investimentos em infraestrutura, foi firme em criticar e ligou o botão do foda-se.

Líderes do legislativo, em especial os presidentes Rodrigo Maia, da Câmara e Davi Alcolumbre, do Senado, reagiram porque o presidente Jair Bolsonaro convocou, pelas redes sociais, manifestação nas ruas contra o Congresso Nacional marcada para o dia 15 de março.

Outros líderes se manifestaram a respeito como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alegando uma possível crise institucional pelo fato de o próprio presidente convocar uma manifestação. FHC, porém, escreveu que Bolsonaro tuitou, mas na verdade ele partilhou o vídeo do seu celular. “A ser verdade, como parece, que o próprio Pr – presidente- tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso ( a democracia) estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto de tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo.”

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs uma reunião de emergência entre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e líderes dos partidos para decidir o que fazer diante das manifestações do presidente Jair Bolsonaro contra o Congresso.

Temos que parar Bolsonaro! Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve”, disse Molon. “Ao não encontrar soluções para o país, ao se sentir sozinho, isolado e frágil, Bolsonaro apela ao que todos temíamos: a um ato autoritário contra a própria democracia. Não dá mais. Esses absurdos, exageros e atropelos têm que parar agora.”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também pediu, nas redes, um posicionamento “urgente” do Congresso e da sociedade em defesa da democracia. “Bolsonaro e o general Heleno estão provocando manifestações contra a democracia, a constituição e as instituições, em mais um gesto autoritário de quem agride a liberdade e os direitos todos os dias”.