Pedro Ribeiro
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O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, afirma que vai processar o senador Renan Calheiros por abuso de autoridade e denunciação caluniosa.

Na próxima semana, ainda não sabemos o dia exato, o relator da CPI do Senado, que investiga ações do governo federal em relação à pandemia, Renan Calheiros, entrega o relatório dos trabalhos e aponta o presidente Jair Bolsonaro como um dos responsáveis pela tragédia de 600 mil mortos no país. Também indicia seus três filhos, Flavio, Eduardo e Carlos Bolsonaro.

De acordo com os trâmites legais, a entrega do relatório final da CPI da Covid é um novo passo neste demorado, complicado e polêmico caso. Todos, sem exceção, terão direito a contraditório e o processo não termina tão cedo. Além de Bolsonaro e seus filhos, outras 60 pessoas serão indiciados por delitos analisados por juristas. Para a efetiva punição, é necessário superar a blindagem institucional que ele conseguiu construir.

Em seis meses de trabalho, assessores do Senado, policiais federais, auditores da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União ajudaram a analisar dados fiscais, bancários e telefônicos, mensagens apreendidas em celulares, e-mails, telegramas diplomáticos, contratos e outros milhares de documentos de domínio público e sigilosos.

Nas mais de mil páginas do relatório, que vai ser lido na terça-feira que vem, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve afirmar que o governo manteve um gabinete paralelo para dar suporte a medidas na área de saúde contra as evidências científicas; trabalhou com a intenção de imunizar a população por meio de contaminação natural, a chamada imunização de rebanho; priorizou o tratamento precoce sem eficácia comprovada; agiu contra a adoção de medidas não farmacológicas, como o distanciamento social e o uso de máscaras. (G1)