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Um debate produtivo, apesar das agressões entre candidatos

Um debate produtivo, apesar das agressões entre candidatos

Candidatos trocam farpas durante o primeiro debate na Band TV. Nos bastidores houve confusão entre lulista e bosonarista.

Pedro Ribeiro - domingo, 28 de agosto de 2022 - 23:46

O presidente Jair Bolsonaro, como era de se esperar, foi um dos maiores alvos de críticas durante o debate deste domingo, 28, na Band, entre os candidatos à Presidência da República.  

No início do debate, houve confusão nos bastidores, entre o deputado federal, André Janones (Avante) e o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles. Os seguranças precisaram intervir para evitar agressão física entre os dois.

No primeiro bloco, Bolsonaro já mostrou a que veio e escancarou a corrupção na Petrobras em pergunta que deixou Luiz Inácio Lula da Silva praticamente sem respostas, se obrigando a fugir do tema. 

O governo petista de Lula foi criticado por praticamente todos os candidatos que o acusaram de ter entregado um país com 12 milhões de desempregados e economicamente falido. Lula se esquivou em responder, preferindo falar em suas ações que beneficiaram os pobres.

Em seguida, Bolsonaro foi questionado sobre a fome onde, durante a semana, em entrevistas, minimizou este sério problema. Também foi muito criticado pela política de educação e em relação à sua postura sobre a pandemia no Brasil.

O candidato pedetista, Ciro Gomes, disse que “qualquer pessoa que não tenha trocado o coração por uma pedra sabe o que existe fome no Brasil”. Bolsonaro rebateu com números do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, reforçando que seu governo ampliou o valor médio pago, de R$ 190 para R$ 400 e prometeu ainda seguir com o valor atual, de R$ 600, durante o ano que vem.

“O meu governo que tem um olhar todo especial para os mais pobres, pagando três vezes que o PT lá atrás no Bolsa Família”, disse Bolsonaro

A senadora Simone Tebet (MDB) foi uma das que mais criticou Bolsonaro, indignada com o tratamento que lhe deram na CPI da Covid, onde, segundo ela, foi ameaçada por ministro de Bolsonaro.

Ao ser escolhido para comentar uma resposta de Ciro Gomes (PDT) sobre vacinação, Bolsonaro evitou tecer comentários em relação ao assunto e decidiu atacar a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, e a candidata Simone Tebet (MDB).

Vera Magalhães havia questionado Ciro sobre a cobertura vacinal do Brasil, e afirmou que houve desinformação sobre as vacinas contra a covid-19 que foram disseminadas por Jair Bolsonaro.

Bolsonaro respondeu: “Vera, não pude esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”.

Depois, Bolsonaro criticou a CPI da Covid e disse que Simone Tebet era “uma vergonha no Senado Federal”. “Não tô atacando mulheres não. Não venha com essa historinha de se vitimar”, disse em seguida. 

Felipe D`Avila, do Novo, evitou confrontos e foi o que mais falou em propostas e criticou o modelo econômico brasileiro. Ele destacou, por várias vezes, a força do agronegócio como salvador do país em divisas ao exterior e fome da população. 

Ciro Gomes usou os mesmos argumentos da entrevista que deu ao Jornal Nacional pedindo, sempre, uma oportunidade para governar o país e exagerou, por várias vezes, em colocar o Ceará, seu Estado, como o centro das atenções. 

O debate foi produtivo, apesar das agressões entre os candidatos.

 

 

 

 

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