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Alguém precisa falar em governar, conter inflação, desemprego, pandemia, gás, gasolina

Alguém precisa falar em governar, conter inflação, desemprego, pandemia, gás, gasolina

 As ameaças do presidente Jair Bolsonaro às instituições democráticas feitas neste Sete de Setembro, com che..

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 8 de setembro de 2021 - 10:05

 

As ameaças do presidente Jair Bolsonaro às instituições democráticas feitas neste Sete de Setembro, com cheiro de golpe quando exorta a desobediência à justiça, pregando terra de ninguém ou só dele, poderá ter sido um grande tiro no pé. Hoje, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, deverá se pronunciar diante dos ataques porque não atingiu apenas o ministro Alexandre de Moraes, como os pilares do STF.

Também grande número de congressistas, apoiadores ou não do bolsonarismo, estará reunido nesta quarta-feira para uma análise mais apurada da fala presidencial que jogou para os holofotes e campanha para reeleição. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco cancelou as sessões da casa após as ameças golpistas de Bolsonaro.

O efeito colateral da ameaça de golpe chegou como rastilho de pólvora também na Câmara dos Deputados. Arthur Lira, presidente da casa, terá que se pronunciar diante do estrago e lidar com várias pedidos de impeachment, a começar pelo PSDB que se reuniu neste mesmo Sete de Setembro com este objetivo.

É certo que Bolsononaro conseguiu levar muitas pessoas às ruas – 125 mil na paulista – outras 30 ou 40 mil em Brasília, mas não soube aproveitar a oportunidade para falar sobre o Brasil e seus problemas. Mostrou, mais uma vez, que não governa.

Bolsonaro não disse uma palavra sobre a situação da pandemia, desemprego à beira dos 15 milhões de brasileiros, 19 milhões de miseráveis, inflação perto de dois dígitos, gasolina a R$ 7 em vários estados, gás para cozinhar a R$ 100 ou R$ 120 e problema hídrico que poderá paralisar o país.

O pronunciamento de Bolsonaro foi duro com as instituições democráticas e com séria ameaça de golpe. Ele quer o poder a qualquer custo e, com isto, defender sua família de uma série de acusações.

Me lembrou Idi Amin Dada. Ou Napoleão de hospício. Ou, efetivamente, república das bananas.

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