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Ao Distinto Cavalheiro renova comida de boteco. Veja receitas

Ao Distinto Cavalheiro renova comida de boteco. Veja receitas

O boteco é uma tradição antiga no Brasil que preserva características essenciais que já foram consagradas pelo público e..

Eduardo Sganzerla - sexta-feira, 19 de novembro de 2021 - 07:00

O boteco é uma tradição antiga no Brasil que preserva características essenciais que já foram consagradas pelo público em cada bar. É um lugar simples e informal, com grande variedade de bebidas, petiscos e comida rápida oferecidos a preços geralmente populares. Como as gerações, o boteco se renova. Este é o caso do Ao Distinto Cavalheiro, que funciona no espaço de uma antiga farmácia, desde 2002, na esquina da Saldanha Marinho com a rua Visconde do Rio Branco, centro de Curitiba. O bar foi completamente remodelado nesta pandemia e hoje desponta com um cardápio de comida de boteco e restaurante bem refinado. “Um lugar de respeito para cavalheiros e damas” – brinca seu novo proprietário, o advogado e professor José Renato Gaziero Cella, que ali estabeleceu um ponto para encontrar amigos e despender boa parte do seu lazer, “fazendo o que gosta”.

Boteco, que é um diminutivo de botequim, termo originário da palavra botica, armazém no qual se vendia de tudo e que evoluiu para o vemos hoje, tem sempre uma história para contar. E Curitiba conta com muitos estabelecimentos tradicionais desse tipo, como são os consagrados Bar Stuart (1904), Bar Mignon (1925), Casa Velha (1927), Bar Palácio (1930) entre muitos outros. O boteco, que alimenta o espírito boêmio, já criou frases célebres tipo “minha vida é um litro aberto!”

As portas de aço do boteco foram pitadas com personagens da história paranaense, geralmente com um pé na boemia. Este é o caso do poeta e escritor Emílio de Meneses (1866-1918) que, conta a história, foi o maior boêmio que Curitiba viu nascer e viver e talvez jamais verá outro igual. Como todo o boêmio desse quilate, teve uma vida muito conturbada. Mesmo assim, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Como contrariar era uma de suas características, escreveu um discurso de posse que desancava o antecessor ocupante da cadeira, Salvador de Mendonça. Por isso, jamais permitiram que ele tomasse posse.

Outra porta foi dedicada aos músicos da cidade. “Aqui a negritude está fortemente representada”, explica Cella. Aparecem as figuras do Saul Trumpet (1943-2017), que, por diversas vezes, se apresentou no Ao Distinto e que foi um de seus mais queridos frequentadores. Além dele, o incomparável Waltel Branco (1929-2018), compositor de primeira hora da nascente TV Globo, curador do programa Concertos para a Juventude, que passava nas manhãs de domingo da emissora nos anos 1960 e 1970, compositor, ao lado de Henry Mancini, da trilha do famoso filme Pantera Cor de Rosa. E também o lendário cantor e compositor Lápis, Palminor Rodrigues Ferreira (1942-1978).

Na outra porta quem está representado é Frederico Lange de Morretes (1892-1954), pintor, desenhista, gravador, cientista e professor. Lange de Morretes, como era conhecido, foi o artista que concebeu os desenhos que aparecem nas calçadas chamadas paranistas, em petit-pavé, que estão nas ruas de Curitiba e que também integram a parte externa do bar.

Filé mignon também vira comida de boteco

Com a reinauguração e a renovação da comida de boteco, o bar também passou a ser restaurante e a abrir em horário comercial regular, com cardápio de almoço e jantar. Ao Distinto oferece, além da comida tradicional de boteco, uma mescla de refeições completas, servidas com o couvert, salada, prato principal e sobremesa em preço fixo. Exemplos disso são os pratos executivos, como o de mignon (receita abaixo); o bolinho de carne, que pode ser servido na forma do sanduíche, batizado de Lapa (receita abaixo); e a porção de costelinha de porco defumada (receita abaixo).

Executivo de mignon

  • 1 pão d’água
  • 2 fatias de queijo
  • 1 bolinho de carne frito (180g)
  • Cheiro verde picadinho

Com o pão cortado ao meio, montar o sanduíche colocando uma fatia de queijo sobre a parte de baixo do pão.  Sobre ele, acrescentar o bolinho de carne frito, a outra fatia de queijo e aquecer no forno até o queijo derreter. Cobrir com cheiro verde e colocar a outra parte do pão. Cortar ao meio para servir.

Costelinhas de porco

 

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