Foto: Reprodução/Prefeitura de São José dos Pinhais

Apocalipse: operação mira grupo criminoso inserido em prefeitura do oeste do PR

A 'Operação Apocalipse', deflagrada na manhã desta quarta-feira (7), mira um grupo criminoso suspeito de fraude em licit..

A ‘Operação Apocalipse’, deflagrada na manhã desta quarta-feira (7), mira um grupo criminoso suspeito de fraude em licitações e desvio de recursos públicos de uma prefeitura da região oeste do Paraná. Foram movimentados mais de R$ 60 milhões de verbas públicas em 25 contratos celebrados.

Segundo a PF (Polícia Federal), a operação tem objetivo de desarticular a organização criminosa. No total, foram expedidos 130 mandados judiciais:

  • 2 de prisão preventiva;
  • 4 de prisão temporária;
  • 51 mandados de busca e apreensão;
  • 44 ordens de afastamento de sigilo bancário e fiscal;

Além dos mandados judiciais, foi realizado o bloqueio de ativos financeiros e a constrição patrimonial na ordem de R$ 20 milhões.

GRUPO CRIMINOSO MOVIMENTOU MAIS DE R$ 60 MILHÕES DE PREFEITURA DO OESTE DO PARANÁ

As investigações, que tramitam na Delegacia de Foz do Iguaçu, o grupo criminoso estava infiltrado no Poder Executivo de um município localizado na região oeste do Paraná, especializado em fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, falsidade e uso de documentos, além de lavagem de capitais dos ativos ilicitamente angariados. O nome do município não foi divulgado.

De acordo com a PF, o esquema criminoso iniciava por meio de fraudes em processos licitatórios das secretarias relacionadas à saúde pública, limpeza urbana e esporte e cultura.  Os elementos angariados demonstram que as empresas selecionadas, algumas delas apenas de fachada, estavam relacionadas, direta ou indiretamente, a um empresário do município.

Com os contratos em vigor, foram realizadas inúmeras manobras que possibilitaram o desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito dos supostos líderes da organização criminosa. Essas práticas possibilitaram uma exponencial evolução patrimonial de alguns investigados, cujos bens estavam ocultados em nome de interpostas pessoas.

No período de 2013 a 2020, em 25 procedimentos licitatórios, foram movimentados mais de R$ 60 milhões de verbas públicas por meio de 25 contratos celebrados com as empresas do grupo.

Ainda segundo as investigações, até o procedimento licitatório relacionado ao combate da pandemia causada pelo novo coronavírus foi manipulado pela  organização criminosa.

A operação, batizada de “Apocalipse”, tem seu nome relacionado ao padroeiro da cidade onde os fatos foram praticados, Arcanjo Miguel, o qual é reportado no livro de Apocalipse como um guerreiro na luta contra o mal.