AstraZeneca admite falhas e enfrenta questionamentos sobre vacina contra Covid

A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma candidata a vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Ox..

A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma candidata a vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, admitiu que voluntários do ensaio clínico receberam doses irregulares do imunizante. A falha coloca dúvida sobre a eficácia anunciada pela empresa nos testes preliminares da fase 3.

Nesta semana, a AstraZeneca divulgou que a vacina em teste contra Covid-19 tinha uma eficácia de até 90% em uma única dose. Anteriormente, a empresa havia divulgado resultados promissores na proteção a idosos, que formam o principal grupo de risco nesta pandemia de coronavírus.

Com o anúncio de que há inconsistências nos testes, a comunidade científica aguarda os resultados de ensaios clínicos adicionais para confirmar se a candidata a vacina, de fato, vai apresentar bons índices de eficácia.

“Acho que eles realmente prejudicaram a confiança em todo seu programa de desenvolvimento”, disse Geoffrey Porges, analista do banco de investimentos SVB Leerink, em entrevista ao The New York Times.

A falha foi observada inicialmente por autoridades dos Estados Unidos que lideram o enfrentamento à pandemia de Covid-19 no país. Segundo o diretor da iniciativa federal de vacinas contra o coronavírus, os resultados apresentados pela AstraZeneca não são claro.

Consequência imediata é o recuo das agências reguladoras em aprovar o uso emergencial da vacina de Oxford/AstraZeneca no esforço global para conter a pandemia. A tendência é que os órgãos aguardem, no mínimo, resultados mais confiáveis dos testes promovidos pela farmacêutica.

Uma porta-voz da farmacêutica defendeu que os ensaios clínicos são confiáveis. “Foram feitos obedecendo os padrões mais elevados”, disse Michele Meixell. O executivo da AstraZeneca encarregado da maior parte das pesquisas de desenvolvimento da vacina, Menelas Pangalos, defendeu que o assunto seja debatido nas revistas científicas, e não aos jornais.