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Candidatas mulheres crescem no Paraná, mas chegam a apenas um terço

Candidatas mulheres crescem no Paraná, mas chegam a apenas um terço

Cresce o número de candidatas mulheres no Paraná. Amanda Gimenez, ex-miss América Latina, é uma delas.

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 24 de agosto de 2022 - 11:31

Amanda Gimenez, consultora de marketing e empreendedora, é candidata a deputada federal pelo PSDB paranaense. Em seu histórico, além de ter sido miss América Latina em 2017, em sua militância política sempre foi defensora dos direitos das mulheres, mães, estudantes e comunidade LGBTQIAP+.

Ao comentar sobre o número de mulheres votantes nas eleições de 2022, estimado pelo Tribunal Regional Eleitoral em  4.457.137, Amanda diz que hoje,  52,59% dos votantes são mulheres, de um total de um total de 11.597.484 habitantes paranaenses, onde o sexo feminino representa 51,05% do total.

“Tivemos um aumento significativo no número de candidatas mulheres comparado à eleição de 2018. Saltamos de 397 candidatas há quatro anos e agora são 517 registros, mas ainda assim não conseguimos furar a bolha dos 30% que são exigidos pela legislação eleitoral, ou seja, só determinar os partidos a preencher a cota não tem sido eficiente para conquistar a equidade”, destaca Amanda Gimenez, uma das 216 candidatas a deputada federal pelo Paraná.

Dos 1.546 registros de candidaturas nesta eleição, apenas 517 são de mulheres, informa Amanda. 

Para buscar a paridade efetiva, os partidos precisam viabilizar de fato as candidaturas das mulheres, diz a candidata. “Não raro os partidos buscam cumprir a cota determinada pela Justiça Eleitoral, mas na prática não há um compromisso real em eleger essas mulheres, tão pouco uma conscientização interna para esse tema”, acrescenta.

Para justificar sua vontade política e de participar como parlamentar no Congresso Nacional, Amanda eólica: “Eu me conscientizei ainda mais sobre isso quando estava grávida da minha filha e procurava informações sobre o parto humanizado e cai de paraquedas numa sessão onde políticos, todos homens, discutiam sobre a violência obstétrica. Fiquei estarrecida ao perceber que assuntos tão sensíveis para nós mulheres estão fora do nosso controle. Ao invés de sentar e reclamar, resolvi continuar minha missão de fazer a nossa voz ser ouvida”, explica.

A candidata reforça a importância da presença de mais mulheres no ambiente político. “Uma sociedade mais justa passa pela sua representação em todos os aspectos nos espaços de decisão. A diversidade promove a reflexão, o debate real de mundo e leva a leis mais sensatas para a população, logo isso se estende às mulheres.”

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de mulheres que tentarão conquistar uma vaga de deputada estadual subiu de 239 para 287 (crescimento de 20%). Já as que buscarão,  uma vaga na Câmara Federal serão 216 neste ano, um aumento de 57% em relação a 2018 (137 candidatas). Em 2018, as mulheres ocupavam 31% das candidaturas no estado, agora elas são 33%. Os homens são 67% dos concorrentes neste ano, o que revela uma distorção em relação à composição da população do estado. 

Perfil das eleitoras paranaenses

A maior parte das eleitoras no Paraná tem entre 25 e 29 anos de idade: são 441.520 mulheres nesta faixa etária (9,91%). Em seguida, estão aquelas entre 40 e 44 anos: 435.326 eleitoras (9,77%). A maioria se declara solteira: 2.031.256 (45,57%). As casadas são 1.838.269 (41,24%). 

Das 4.457.137 de eleitoras, 1.247.546 (27,99%) tem como escolaridade o ensino médio completo e 982.134 (22,04%) tem ensino fundamental incompleto.

Atualmente, dos 30 deputados do Paraná na Câmara Federal, apenas cinco são mulheres (16,67%). “Esse número mostra que, ainda que avancemos no número de registros, ser eleita ainda não é uma realidade. É preciso que as mulheres participem mais ativamente desse cenário para que a política possa ser efetivamente feita para todas as pessoas”, finaliza.

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