Casemiro admite que jogadores da seleção são contra a Copa América no Brasil

Capitão da seleção brasileira, o volante Casemiro reconheceu que todos os jogadores do Brasil são contra a disputa da Co..

Capitão da seleção brasileira, o volante Casemiro reconheceu que todos os jogadores do Brasil são contra a disputa da Copa América no Brasil. O jogador se pronunciou após a vitória por 2 a 0 sobre o Equador, que mantém o time canarinho com 100% de aproveitamento.

“Todo mundo já sabe, mas não vamos falar do assunto. Nosso posicionamento, mais claro, impossível. Deixamos claro o que pensamos da Copa América. Existe respeito, hierarquias que temos que respeitar. Não queremos desviar o foco. Hoje ganhamos jogo de Copa do Mundo, mas queremos falar e expressar nossa opinião”, afirmou Casemiro em entrevista à Rede Globo.

A seleção brasileira vive um dos períodos mais conturbados nos bastidores. A realização da Copa América caiu como uma grande bomba para a comissão técnica e os atletas, que já estavam insatisfeitos com o presidente Rogério Caboclo. Conforme foi dito por Tite ontem, todos os integrantes devem se posicionar após o jogo contra o Paraguai, marcado para a próxima terça-feira.

Na noite desta quinta-feira, a Rádio Gaúcha noticiou que os jogadores que atuam na Europa estão insatisfeitos com a disputa da Copa América. Depois disso, uma série de informações vem sendo confirmadas internamente. Neymar lidera contatos com atletas de outras seleções em uma avaliação de como o torneio é visto pelos colegas de profissão.

Contudo, Casemiro foi incisivo ao ressaltar que todo o grupo da seleção brasileira está unido sobre o posicionamento.

“Todo mundo está junto. Com Tite, jogadores e todos juntos. Não só os jogadores da Europa. Quando fala alguém, é unânime”, completou o volante.

Veja a entrevista de Casemiro

SELEÇÃO BRASILEIRA VIVE CAOS INTERNO: DENÚNCIA DE ASSÉDIO CONTRA O PRESIDENTE DA CBF AUMENTA PRESSÃO

A insatisfação com Rogério Caboclo, presidente da CBF, é generalizada. Os jogadores não ficaram satisfeitos em tomar conhecimento da disputa da Copa América no Brasil pela imprensa. Além de reconhecer o período da pandemia em que o país vive, os atletas que atuam na Europa gostariam de aproveitar as férias.

Já o técnico Tite e a comissão técnica não engoliram bem a revelação do áudio, feita pela ESPN, sobre a intenção de Caboclo em trocar integrantes da equipe do treinador. Uma conversa de 2018 entre Caboclo e Edu Gaspar, então diretor da CBF, mostrou que o presidente gostaria de tirar Céber Xavier, braço direito de Tite, e Matheus Bachi, filho do comandante. O episódio gerou mal estar entre comissão e a presidência.

No entanto, a batalha ainda vai além. Rogério Caboclo ofereceu o Brasil como sede sem ouvir nenhum dos oito vice-presidentes da CBF. O único respaldo que o mandatário procurou foi do presidente Jair Bolsonaro. Isso incomodou os atletas e a comissão, que enxergam uma politização desnecessária da seleção brasileira.

Veículos de comunicação, como GE e ESPN, também apontaram que o comportamento complicado de Caboclo dificultou conversas decisivas.

Para completar, Caboclo ainda sofre com a insatisfação dos patrocinadores da CBF. Segundo o colunista Rodrigo Mattos, da UOL, as empresas Itaú, Ambev, Gol e Mastercard pediram investigação sobre a conduta do presidente da entidade.

Tudo isso foi potencializado com a denúncia formal de uma das funcionárias da CBF. Ela relata episódios de assédio sexual e moral por parte de Caboclo, que vê a pressão aumentar de todos os lados.

Em nota, o presidente da CBF nega qualquer ato criminosa. “A defesa de Rogério Caboclo responde que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF”, diz a nota da assessoria.