Reprodução/Tarobá News

Cemitério alagado pode contaminar água em Ponta Grossa

Cheia do Rio Tibagi atingiu o local que tem mais de 300 túmulos.

Alagado há uma semana, o cemitério de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, pode apresentar risco de contaminação ambiental. A cheia do Rio Tibagi, no último dia 1º, atingiu o local que tem mais de 300 túmulos.

A composição dos caixões, de metais pesados, junto à decomposição dos cadáveres, pode prejudicar a qualidade do solo. Com o alagamento, o necrochorume, composto de bactérias, vírus e fungos, pode se espalhar na água da inundação, que atinge casas, poços e, inclusive, o rio.

“Tem a própria composição dos caixões, metais pesados, tinta, verniz, e o próprio corpo também, que libera uma substância chamado necrochorume, que basicamente é fruto da decomposição do corpo. É uma substância riquíssima em matéria orgânica e carbono e que causa uma contaminação no ambiente onde ela possa estar. Se a população algum tipo de líquido com esses metais pesados, elas se acumulam no corpo e alguns casos, dependendo da concentração, isso pode ser efeitos como o câncer”, explica o engenheiro ambiental e professor Alessandro Bertolino.

Molhado, o solo perde a capacidade de fazer o processo natural de descontaminação e absorção. O especialista afirma que quando ele está úmido, é mais fácil que os resíduos se infiltrem nos lençóis freáticos e se espalhem em rios e poços artesianos.

“Eu faço uma analogia com uma sopa. É como se você colocasse alguns legumes na água pra ferver, e esses legumes vão soltando algum tipo de sustância. E se a água dessa sopa seca, todo o material vai ficar acumulado no fundo da panela. E é basicamente isso que vai acontecer, quando essa água secar essas substâncias vão se acumular no solo, e podem chegar ao lençol freático”, completa.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa e aguarda um retorno. As informações são da BandNews Curitiba.