Corregedoria abre investigação sobre e-mail racista enviado ao vereador Renato Freitas

A Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba abriu uma apuração sobre o e-mail com conteúdo racista enviado ao vereador Renato Freitas.

A vereadora Amália Tortato (Novo), corregedora da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), determinou nesta quarta-feira (11) a instauração de sindicância para investigar a autoria e o conteúdo com cunho racista de um e-mail enviado ao vereador Renato Freitas (PT).

De acordo com o petista, que pode ter o mandato cassado em votação no plenário, a mensagem foi recebida na última segunda-feira (9) e foi atribuído ao e-mail institucional do vereador Sidnei Toaldo (Patriota). O parlamentar nega ter conhecimento ou consentimento desse e-mail e registrou um boletim de ocorrência no Núcleo de Combate aos Cibercrimes, da Polícia Civil do Paraná (PCPR). Ambos pediram pela instauração da investigação à Corregedoria da CMC.

“Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro. A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não”, diz trecho do e-mail divulgado por Renato Freitas. 

Toaldo foi o relator das representações contra Renato Freitas por quebra de decoro na votação do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba ontem. Freitas é acusado por uma suposta invasão à Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, no dia 5 de fevereiro. 

“Os fatos noticiados são graves e podem significar cometimento de infração ético-disciplinar ou de procedimento incompatível com o decoro parlamentar por parte de Vereador(es) em exercício nesta Casa”, diz a portaria publicada pela vereadora Amália Tortato.

Segundo o documento, a sindicância terá o prazo de 30 dias. 

QUEM VOTOU PELA CASSAÇÃO DE RENATO FREITAS NO CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA DE CURITIBA 

Votaram sete dos nove vereadores que são membros do Conselho de Ética. 

O vereador Pastor Marciano Alves (Republicanos), que integra o Conselho, participa de uma das representações contra o petista. O suplente do Pastor é Osias Moraes (Republicamos), também é coautor do relatório. Ou seja, ambos foram impedidos de julgar o caso.

O vereador Éder Borges (PP) também é titular do Conselho de Ética da CMC e assinou uma das representações. O suplente dele, vereador Marcio Barros (PSD), poderia votar, mas pediu afastamento do colegiado há duas semanas atrás. Barros teve áudios vazados em que antecipava o voto pela cassação de Renato Freitas e pedia pressão sobre Noemia Rocha, uma dos membros do Conselho de Ética.

Confira o voto de cada parlamentar:

  • Dalton Borba (PDT), presidente do Conselho de Ética, votou pela suspensão de 6 meses do mandato
  • Sidnei Toaldo (Patriota), relator, votou pela cassação do mandato
  • Maria Letícia (PV), vice-relatora, votou pelo arquivamento do relatório
  • Denian Couto (Podemos) votou pela cassação
  • Indiara Barbosa (Novo) votou pela cassação
  • Noemia Rocha (MDB) votou pela cassação
  • Toninho da Farmácia (União Brasil) votou pela cassação

Com cinco votos (maioria), o Conselho aprovou o relatório que pede a cassação de Renato Freitas. Com isso, a decisão final sobre o mandato do petista será definida por plenário, mas ainda não tem data definida.