Covid longa causa dificuldade em andar, aponta pesquisa curitibana
A gravidade dessas sequelas está diretamente relacionada à idade dos pacientes e o quanto foi grave a fase aguda da doença
A perda de memória e a dificuldade para caminhar estão entre os sintomas da covid longa, principalmente em idosos. A gravidade dessas sequelas está diretamente relacionada à idade dos pacientes e o quanto foi grave a fase aguda da doença.
Essas são algumas das observações trazidas por um estudo recente sobre a doença realizado no ambulatório montado pelo Hospital Universitário Cajuru, em parceria com a PUC.
Segundo a coordenadora do ambulatório, Cristina Baena, são pelo menos oito sintomas que prevalecem mesmo o paciente recebendo alta. “Muitos dos sintomas são semelhantes a outras condições que também foram poucas estudadas, como a Síndrome da Fadiga Crônica, a PICS (síndrome pós-cuidados intensivos). Muitos sintomas são parecidas e têm impacto real na vida das pessoas. Elas têm dificuldades cognitivas, motoras e questão de saúde mental, algumas doenças metabólicas, vasculares. Alguns sintomas são comuns e é preciso estudar trazendo luz para essas outras condições”, declarou.
Quando os sintomas persistem três meses depois da infecção inicial, a pessoa está com covid longa ou síndrome pós-covid. Podem ser problemas diretamente relacionados aos sistemas respiratório e cardiovascular ou ainda queixas mais complexas.
“É importante a gente continuar avaliando esses pacientes, embora a grande maioria, felizmente, melhore ao longo do tempo. Precisamos conhecer esse quadro para treinar os profissionais de saúde para ouvirem e atenderem esses pacientes. Importante entender a resposta do sistema imune, da inflamação ao longo tempo”, disse.
Ainda segundo a pesquisa do Cajuru, feita com base em dados do Sistema Único de Saúde, 82% dos pacientes apresentam perda de peso, 76,8% falta de ar, 49,1% fadiga, 49,1% fadiga de membros inferiores.
Entre os que sentem falta de ar, um em cada cinco pacientes relata o incômodo após andar menos de 100 metros e 12% dizem não sair mais de casa por esse motivo.
