Destroços de foguete encontrados no Paraná são analisados por cientistas
Destroços de um foguete foram encontrados em uma propriedade rural em São Mateus do Sul, na região sudoeste do Paraná
Os destroços de lixo espacial, mais precisamente de um foguete, que foram encontrados em uma propriedade rural em São Mateus do Sul, na região sudeste do Paraná, estão dando o que falar. Moradores da região estão intrigados com o achado e cientistas analisam os destroços para descobrir do que se trata exatamente e qual a origem. A informação é da BandNews Curitiba.
O material que é basicamente um pedaço de metal retorcido tem aproximadamente quatro metros de comprimento. De acordo com o professor do curso de física da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná ), Rogério Toniolo, é necessário que seja feita uma perícia técnica para afirmar mais detalhes sobre o objeto, mas algumas características já indicam que sejam de fato partes de um foguete.
“Essa característica de queimado pode ser de duas coisas: reentrada na atmosfera ou da queima de combustível. Existe muito lixo espacial circulando em torno da terra, então o que aparenta ser é realmente uma sessão descartável de um foguete pelas características”, explicou Toniolo.
Apesar de não ser possível fazer afirmações, para o diretor técnico da BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), Marcelo Zurita, existe uma grande possibilidade de que estes destroços de foguete pertençam ao Falcon 9 da SpaceX, desenvolvido para o governo Turco, tendo em vista que São Mateus do Sul está na trajetória da reentrada desse foguete na atmosfera na semana passada.
O objeto foi encontrado pelos donos da propriedade rural, a empresária Joseane Maria Franco e João Ricardo Pacheco. Eles contam que ficaram assustados e que preferiram não encostar nos destroços, que estavam próximos a uma cerca da propriedade.
“Bem cedinho eu saí para revisar as cercas, se não tinha nada quebrado, e olhei para meu lado direito e me deparei com aquele negócio. Lembrei que na última terça-feira passou por aqui aquele estrondo no ar, por volta de 4h30 da manhã”, detalhou Pacheco.
Especialistas orientam que de fato nesse tipo de situação o mais indicado é não tocar nos destroços. Mas lembram que normalmente quedas de lixo espacial acontecem no mar ou em áreas desabitadas e portanto, em geral, não oferecem riscos. Procurada pela reportagem, a Força Aérea informou que apura o caso e vai se manifestar em breve com mais informações.
*Reportagem de Vanessa Fontanella e Leonardo Gomes, da BandNews Curitiba.