Colunas
Empate técnico entre cinco candidatos à Prefeitura de Curitiba, segundo o Opinião
Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Empate técnico entre cinco candidatos à Prefeitura de Curitiba, segundo o Opinião

Pesquisa trouxe à tona um cenário político imprevisível.

Pedro Ribeiro - segunda-feira, 22 de abril de 2024 - 10:12

Embora longe do pleito, a campanha para a Prefeitura de Curitiba promete movimentar os bastidores políticos do maior colégio eleitoral do Paraná, com mais de 1.400 milhão de eleitores. Nesta segunda-feira, o Instituto Opinião divulgou pesquisa onde mostra empate técnico entre cinco candidatos.

Opinião trouxe à tona um cenário político imprevisível. Com uma amostra de 1,2 mil entrevistados, o levantamento abordou a intenção de voto para o primeiro turno, revelando uma disputa acirrada entre cinco pré-candidatos à sucessão do atual prefeito Rafael Greca (PSD).

No topo da lista, desponta o nome do deputado federal Luciano Ducci (PSB), ex-prefeito da cidade, com 14,1% da preferência eleitoral. Seguindo de perto, está o atual vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), com 13,1%. Em terceiro lugar, o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) conquista 12,5% das intenções. O ex-prefeito e ex-governador Beto Richa (PSDB), atualmente deputado federal, garante 11,7% da preferência, enquanto o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo) fecha o quadro acirrado com 10,8%.

Para o sociólogo e diretor do Instituto Opinião, Arilton Freres, esses resultados refletem a diversidade de opções políticas na cidade e a falta de um claro favorito: “O embate entre os principais candidatos demonstra uma eleição marcada pela pluralidade de propostas e pela ausência de uma liderança destacada, o que torna o cenário extremamente competitivo.”

Além dos líderes de intenção de voto, outros nomes surgem na pesquisa, embora com percentuais menores. Os deputados estaduais Goura (PDT), com 4,6%, e Maria Victoria (PP), com 4,1%, bem como o ex-deputado federal Paulo Martins (PL), com 3,7%, e a deputada federal Carol Dartora (PT), com 3,1%, marcam presença. Com pontuações mais modestas, o ex-deputado federal Luizão Goulart (Solidariedade) alcança 2%, Cristina Graeml (PMB) obtém 1,8%, e Andrea Caldas (PSol) registra 0,5%.

Por outro lado, a pesquisa também investigou a rejeição dos candidatos, revelando dados importantes sobre a percepção do eleitorado curitibano. Beto Richa lidera o índice de rejeição, com 51,6%, seguido por Goura, com 13%, e Maria Victoria, com 11%. Deltan Dallagnol e Luciano Ducci também enfrentam rejeição, com 10,9% e 10,7%, respectivamente.

Arilton Freres comenta sobre a relevância desses números: “A alta taxa de rejeição de certos candidatos indica um desafio significativo em conquistar a confiança e o apoio do eleitorado. Isso pode ser crucial para definir os rumos da corrida eleitoral nos próximos meses.”

A pesquisa também abordou a transferência de votos com base no apoio de figuras políticas influentes. Se apoiados pelo governador Ratinho Júnior (PSD), 44,6% dos entrevistados aumentariam sua chance de votar no candidato, enquanto 33,3% afirmam que o apoio não influenciaria sua decisão e 19% diminuiriam sua inclinação. O apoio do prefeito Rafael Greca resultaria em um aumento de 43,6% nas chances de voto para o candidato, segundo 35,3% dos entrevistados, enquanto 17,8% afirmam que diminuiria. Já o apoio do ex-presidente Lula (PT) tem um efeito menos positivo, com 53,5% dos entrevistados indicando uma diminuição nas chances de voto, em contraste com 22,3% que aumentariam e 22,1% que não mudariam sua decisão.

“A transferência de votos baseada no apoio de figuras políticas de destaque reflete a dinâmica complexa entre os diferentes grupos de eleitores e suas preferências ideológicas”, analisa Freres.

Além das preferências declaradas, a pesquisa também explorou o cenário espontâneo, onde os entrevistados não recebem opções predefinidas. Neste contexto, 70,5% dos entrevistados se declaram indecisos ou não sabem em quem votariam, evidenciando a incerteza predominante entre o eleitorado. Rafael Greca, mesmo não podendo concorrer devido ao término de seu segundo mandato consecutivo, é o mais lembrado, com 10,2% das intenções. Eduardo Pimentel, seu vice, aparece em seguida com 5,7%. Outros nomes, como Goura, Luciano Ducci, Deltan Dallagnol e Beto Richa, também são mencionados, porém, nenhum alcança um índice próximo ao de Greca.

Com 2,8% dos entrevistados declarando a intenção de anular o voto ou não votar em ninguém, e considerando o grande número de indecisos, o cenário político de Curitiba se mostra dinâmico e sujeito a mudanças conforme as campanhas se desenvolvam.

“Essa alta taxa de indecisão reflete a complexidade do cenário político atual e a necessidade dos candidatos de conquistarem a confiança e o apoio de um eleitorado cada vez mais crítico e exigente”, conclui Arilton Freres.

A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 19 de abril de 2024. Foram entrevistados 1.200 moradores de Curitiba com idade acima de 16 anos. A margem de erro é de 3%, com 95% de confiabilidade para o resultado geral da pesquisa. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o número: TRE-PR 01622/2024.

Roupa de briga

Meu pai tinha uma oficina mecânica e quando saia de casa para o trabalho dizia: vou colocar a minha roupa de briga – um macacão que, por mais lavado que fosse, sempre ostentava resíduos de graxa, fruto de dezenas de carros consertados. A roupa de briga simbolizava ação.

Hoje, eu, aposentado, moro na Serra da Mantiqueira em uma casa com um jardim enorme, cheio de flores e frutíferas e que exige esforço físico para a manutenção. Percebi que só tenho disposição para enfrentar esta tarefa quando me visto com roupas velhas e botas surradas e, se uso um traje mais limpinho, desses de ir à cidade, o trabalho não sai a contento, pois fico desajeitado com as ferramentas e sem disposição para enfrentar o batente. O ato de vestir a roupa apropriada melhora muito o meu desempenho, pois ela ajuda a incorporar a maneira correta de trabalhar na terra. 

Cada profissão tem a sua roupa de briga: o advogado usa terno, gravata e sapatos envernizados; o médico veste jaleco; o bombeiro roupas de proteção; o cozinheiro avental e chapéu branco alto; jogadores de futebol usam chuteiras e uniformes para se protegerem e  criar senso de pertencimento ao time. É por isso que se vendem tantas camisas das equipes mais consagradas. Suar a camisa é dever de todo jogador de futebol.

Gaúchos têm as suas pilchas, bombachas e lenços, onde cada cor representa uma função; jogadores de capoeira vestem-se com roupas leves e brancas, idem para os praticantes das crenças africanas;  atores profissionais incorporam melhor seus personagens no instante que colocam seus figurinos e máscaras. Cada profissão tem a sua roupa e os seus respectivos acessórios e adereços. Bons profissionais sabem como usá-los e até conhecem suas origens e funções.

Já pensou se ao embarcar em um avião o piloto aparece vestido com  bermudas, chinelos e camisetas e o cirurgião se apresentando com roupas informais para fazer uma incisão no seu peito? A confiança e o respeito profissional são representados na roupa de briga de quem as usa.

Já, os juízes usam togas para impor a dignidade do cargo e o respeito às leis. Será?

Compartilhe