Economia
Emplacamentos de veículos crescem 25% no bimestre
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Emplacamentos de veículos crescem 25% no bimestre

Houve alta de 14,6 nas vendas diárias neste ano

Mirian Villa - terça-feira, 5 de março de 2024 - 12:15

O 1º bimestre de 2024 começou acelerado para a maior parte dos segmentos automotivos. Nos dois primeiros meses do ano, o crescimento foi de 25% nos emplacamentos em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A leve retração registrada em fevereiro sobre janeiro deste ano (de menos de 1%) foi atribuída ao menor número de dias úteis e à realização do Carnaval, que acabou impactando nas vendas, segundo avaliação da FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Segundo a entidade, que representa 7.400 concessionárias, houve alta de 14,6% nas vendas diárias de veículos, considerando todos os segmentos, uma vez que fevereiro teve 19 dias úteis contra 22 em janeiro. “Notamos uma recuperação geral, nas vendas diárias da maior parte dos segmentos, o que aponta para um ano positivo”, avalia Andreta Jr, presidente da FENABRAVE.

Para a entidade, são resultados consistentes para os segmentos de maior volume. “Temos indicativos
econômicos e setoriais que mostram uma conjuntura positiva para esse ano, especialmente, pela redução das taxas de juros e um ambiente mais favorável à oferta de crédito e, portanto, à maior disponibilidade de recursos para financiamentos de veículos.”

Confira o desempenho por segmentos:

Automóveis e comerciais leves: é possível encontrar taxas mais atrativas para os consumidores e um cenário com maior oferta de crédito. Em fevereiro, houve alta de 18,2% nas vendas diárias dos segmentos.

Automóveis e comerciais leves híbridos + híbridos plug in: os emplacamentos de autos e comerciais leves híbridos atingiram volume de 6.812 unidades no mês de fevereiro e 14.480 no total do bimestre. A categoria acumula alta no 1º bimestre de 2024 e em relação a fevereiro de 2023.

Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros: os elétricos puros acumulam 7.995 unidades no ano, com 3.639 emplacamentos em fevereiro. “É um segmento ainda em formação, com bons percentuais de elevação, mas ainda baixos volumes, na comparação com os híbridos e movidos à combustão”, diz Andreta Jr.

Caminhões: na linha do que vem impactando, de forma positiva, o mercado de veículos como um todo, o segmento de caminhões tem reagido devido à evolução do crédito e por conta da expectativa de melhora na economia em 2024. O PIB sofreu revisões para cima, nas últimas semanas, e isso é captado pelo mercado de caminhões. A queda neste primeiro bimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, está relacionada à antecipação de compras ocorrida no início de 2023, por conta da mudança de tecnologia dos motores.

Ônibus: impulsionado por licitações governamentais de aquisição, o segmento deve apresentar bom resultado. A grande diferença percentual, em relação aos primeiros dois meses de 2023, se deve à base baixa de comparação. Deve ser impulsionado, entre outras razões, pelo Programa Caminho da Escola, que teve uma grande licitação publicada em 2023, com parte das entregas previstas para este ano.

Implementos rodoviários: o mercado de implementos tem reagido em 2024, impulsionado pelo fato de muitos transportadores terem priorizado a troca dos caminhões em 2023 (por conta da mudança e tecnologia). “Em 2024, devemos ter um movimento de recomposição das vendas deste segmento”, explica a FENABRAVE.

Motocicletas: segmento segue aquecido, com um dos maiores crescimentos percentuais na comparação com os dois primeiros meses de 2023. Além da procura crescente por motocicletas, tanto para serviços de entrega como para transporte individual, a melhora de oferta de crédito para os financiamentos deverá impulsionar, ainda mais, o resultado do ano.

Motocicletas eletrificadas: com 933 unidades emplacadas até fevereiro, o segmento teve um desempenho abaixo do registrado no mesmo período de 2024. “É um mercado em amadurecimento e é normal que essas oscilações ocorram”, opina Andreta Jr.

Tratores e máquinas agrícolas: a queda no preço das commodities agrícolas, somada aos efeitos da instabilidade climática, têm causado reflexos no segmento agrícola. “Devemos ficar atentos, no entanto, que as grandes variações percentuais, na comercialização destes equipamentos, têm relação com o menor volume, que é característico deste segmento. Ou seja, diferenças de centenas de unidades podem provocar uma grande variação percentual, diferente do que acontece em segmentos de alto volume, como motocicletas, por exemplo”, analisa Andreta Jr.

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