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Erastinho é inaugurado em Curitiba como primeiro hospital oncopediátrico do sul do Brasil

Erastinho é inaugurado em Curitiba como primeiro hospital oncopediátrico do sul do Brasil

Depois de anos de projetos e arrecadações, foi inaugurado nesta terça-feira (1º) o Erastinho. Esse é o primeiro hospital..

Narley Resende - terça-feira, 1 de setembro de 2020 - 15:51

Depois de anos de projetos e arrecadações, foi inaugurado nesta terça-feira (1º) o Erastinho. Esse é o primeiro hospital oncopediátrico do Sul do Brasil. A unidade funcionará dentro do complexo Erasto Gaertner, com 4 mil e 800 metros quadrados dedicados ao tratamento do câncer de crianças, adolescentes e jovens.

Mais do que cuidar de uma doença, os médicos, enfermeiros, técnicos e voluntários acabam se tornando peças fundamentais para que as famílias passem por esse momento difícil com mais afeto e tranquilidade. Em alguns casos os pacientes decidem retornar ao hospital e manter essa relação, desta vez como voluntários, auxiliando quem passa pelo tratamento que eles já venceram.

É o caso do corretor Giovani Nunes, paciente do Erasto Gaertner entre 2001 e 2007, curado há 12 anos. A gratidão está, inclusive, marcada na pele, por meio de uma tatuagem em homenagem ao hospital. Após a cura, ele quis se ver livre da dura rotina que o acompanhou por sete anos, mas decidiu retornar como voluntário em 2016. Em tempos de pandemia e distanciamento social, Giovani conta que é possível substituir os abraços pelos sorrisos:

“É poder levar alegria, amor e esperança. Ver uma criança feliz e os pais sorrindo em meio à tanta turbulência da vida nos move. É o nosso combustível. Cada sorriso e agradecimento que a gente recebe, o fato de os pais confiarem tanto em nós e até nos convidarem para ir nos aniversário nas casas, isso nos move todos os dias para não desistirmos. Tentando, sempre, estar o mais perto possível, mesmo morando em outra cidade”, disse Giovani.

Ele conta que a missão dele é levar afeto e tranquilidade aos pacientes e familiares. É compartilhar experiências para que as pessoas enxerguem a esperança mesmo em tempos difíceis:

“É muito gratificante ser referência. Eu sento com os pais ou a família do paciente e explico o que eu vivenciei, passar amor e esperança, porque apesar dos apesares eles estão em um lugar que é referência, que tem um tratamento humanizado, feito com amor e carinho. Isso não tem preço”, afirma.

O superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Adriano Lago, explica que a inauguração do Erastinho é resultado de muitos anos de trabalho, mas que só foi possível tirar do papel com o apoio de toda a sociedade, que abraçou o projeto. Por se tratar de um hospital voltado às crianças e jovens, todo o projeto arquitetônico foi pensado para que esses pacientes se sintam acolhidos e motivados. O bem-estar de todos, inclusive dos familiares, é a prioridade do novo hospital:

“Uma arquitetura totalmente diferenciada, em ambiente e espaços para poder atender as diferentes faixas etárias. Temos locais mais lúdicos para crianças entre 2 a 7 anos brincarem com massinhas. Temos lugares mais modernos para pacientes entre 16 e 20 anos usarem internet. Isso parte do cuidado com luzes, cores, móvel, postura e divisão. Cada ambiente dos 5 mil metros quadrados do Erasto arremete a um acolhimento diferenciado, a uma proposta. São detalhes que dentro do complexo vão fazer com que a pessoa não tenha só o acolhimento como também uma aderência ao tratamento, motivado pela arquitetura”, explica o superintendente.

A unidade dedicada às crianças, adolescentes e jovens adultos terá capacidade anual para 17 mil consultas, 500 cirurgias e mais de 85 mil procedimentos. O projeto completo do Erastinho custou 30 milhões de reais, sendo que quase um terço do total foi bancado por doações espontâneas e eventos beneficentes. O novo complexo terá 43 leitos de internamento. A expectativa é de que o Erastinho possa atender 50% do total de casos de pacientes com câncer no Paraná, além de receber jovens de todo o Brasil.

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