Espécie rara nasce no Parque das Aves: conheça o urutau

O filhote foi incubado por 30 dias pelos pais, no recinto onde vivem, na área Encantos da Noite

Nesta semana, uma espécie rara nasceu no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná. O filhote de urutau foi incubado por 30 dias pelos pais, no recinto onde vivem, na área Encantos da Noite. 

Em 2021, oito anos não férteis tinham sido registrados e, no ano passado, um ovo fértil. A equipe técnica acompanhou tudo desde início, realizando vários exames para confirmar que o embrião estava em pleno desenvolvimento. 

A diretora técnica do Parque das Aves disse que eles estavam há vários dias na expectativa do nascimento, acompanhando cada etapa do desenvolvimento. “Estamos muito felizes com esta notícia linda. É algo inédito e estávamos observando o cuidado parental com extrema dedicação”, detalhou.

A descoberta no Parque das Aves

O trator de animais, Mário, foi quem notou o ovo no ninho. Dias depois, as biólogas Bianca e Analy, da equipe de Neonatologia, foram até o recinto para iniciar o monitoramento, incluindo um exame de ovoscopia, que consiste em observar o interior do ovo com o auxílio de uma luz. 

Câmeras instaladas no recinto também ajudaram no monitoramento comportamental no período noturno, horário de pico de atividade da espécie. No dia 3, a equipe notou o filhote bem ativo no interior do ovo e já rompendo a membrana interna. No dia 4 de outubro, rachaduras na casca ovo foram vistas e no dia cinco a notícia do nascimento foi divulgada.

Divulgação/Parque das Aves

Urutau

A espécie tem hábitos noturnos, ou seja, fica alerta à noite, caçando insetos em voo para se alimentar e durante o dia permanece completamente imóvel. O urutau voa com a boa aberta capturando insetos. 

No Parque das Aves, o cuidado com urutaus resgatados, geralmente de maus-tratos, foram intensificados nos últimos anos. O local acolhe a espécie desde 2011. “Desde o oferecimento de itens alimentares adequados, como a criação de um espaço desenhado para a espécie, incluindo a instalação de lâmpadas que atraem insetos e não incomodam os animais. Tudo foi cuidadosamente planejado para proporcionar o maior conforto para animais tão vitimados por ações humanas”, comenta Paloma.

Hoje, vivem cinco urutaus no local, todos provenientes de resgates realizados pelos órgãos ambientais. Como o comportamento natural de descanso da ave envolve permanecer imóvel por muitas horas, muitas pessoas acabam imaginando que as aves estejam feridas ou doentes e acabam ‘resgatando’ os animais sem necessidade.

“Respeitar os hábitos das espécies, bem como manter seus habitats conservados é essencial para que possamos manter um melhor equilíbrio ambiental, que favorece a vida de todos os seres vivos, incluindo os humanos”, explica Paloma.