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Evidências de acúmulo de gás metano são encontradas na Baía de Paranaguá; entenda

Evidências de acúmulo de gás metano são encontradas na Baía de Paranaguá; entenda

Pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) encontraram evidências de acúmulo de gás metano na Baía de Parana..

Redação - segunda-feira, 23 de agosto de 2021 - 10:53

Pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) encontraram evidências de acúmulo de gás metano na Baía de Paranaguá, no litoral do Estado, uma das mais importantes do país.

O ano de 2020 apresentou o maior aumento registrado de gás metano na atmosfera desde que as medições começaram em 1983. A análise mostra que o aumento anual foi de 14,7 partes por bilhão, segundo a Agência de Administração Oceânica e Atmosférica.

A preocupação que o acúmulo de gás metano gera tem relação com a sua eficiência de aquecimento, que é aproximadamente 25 vezes maior que o CO2 e tem significativa contribuição para as mudanças climáticas globais.

Conforme João Fernando Pezza Andrade, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos da UFPR (Universidade Federal do Paraná), uma grande quantidade de matéria orgânica é carregada pelos rios. Uma vez depositada nos sedimentos, essa matéria sofre decomposição, gerando o gás metano.

Uma parte do gás pode escapar para a água e, eventualmente, chegar à atmosfera, mas uma parte fica presa nos sedimentos e se acumula ao longo do tempo.

No caso da Baía de Paranaguá, os pesquisadores observaram a presença do gás em diferentes profundidades da coluna sedimentar, o que sugere que parte desse gás foi produzida pela decomposição de matéria orgânica depositada há milhares de anos.

“A presença de gás nos sedimentos modifica a trajetória de deslocamento das ondas sonoras, deixando verdadeiras assinaturas sísmicas nos perfis que estudamos”, destaca João. Apesar dos resultados indicarem a presença da matéria, ainda é necessário investigar mais a fundo a área.

A descoberta foi realizada por pesquisadores do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná, que foi recém-publicada na revista científica Geo-Marine Letters.

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