Fechamento da Graciosa prejudica comerciantes do litoral

Estrada histórica segue sem previsão de liberação; enquanto isso, comerciantes acumulam prejuízos na alta temporada e vivem um momento de incertezas.

O fechamento da Estrada da Graciosa prejudica os comerciantes do litoral do Paraná. A via histórica está bloqueada desde o início da semana, devido a dois novos deslizamentos de terra. As informações são da BandNews Curitiba.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná não há previsão para liberação. Nos próximos dias, está prevista a avaliação da encosta e da pista.

Em meio aos fechamentos consecutivos, a empresária Jessica de Souza, perdeu mais de 70 reservas na pousada que tem.

“Desde o fim de novembro que teve o primeiro fechamento da Serra a gente ficou 20 dias fechados, que não passava carros, não passava nada. Houve muitos cancelamentos, muitas desistências. A gente fica desesperado e angustiado por conta dos funcionários que a gente tem também. Essas famílias dependem do turismo, e agora é a hora de a gente receber tudo, ganhar o dinheiro para o resto do ano”, desabafa.

Além da dificuldade em receber insumos, ela lembra que o lucro da temporada é o que sustenta a região durante o restante do ano.

“Os caminhões estão tendo dificuldades de chegar aqui, o tráfego na BR-277 está um caos, até isso está dificultando. É nessa temporada que a gente ganha pra sustentar o ano, é agora que o movimento vem, que os turistas vêm de Curitiba, Londrina, Maringá, de todos os lugares pra conhecer Morretes”, completa.

É o caso também da comerciante Pamella dos Santos. Ela tem uma barraca de alimentos na Estrada da Graciosa e além de perder o faturamento, ela corre o risco de perder o estoque.

“A gente fez um estoque e o movimento estava bom da BR-277, então muitas pessoas vinham por aqui e paravam um pouquinho. O estoque foi programado e agora fechou e tá tudo guardado de novo. A gente perde bastante, em quase um mês fechado o prejuízo foi extremamente grande”, afirma.

Pamella destaca que a falta de informação é um dos maiores problemas. Os comerciantes não são avisados da previsão de liberação da via.

“Para nós, pequenos empreendedores, é como a gente se sustenta. E a gente vive disso. Mas ficar nesse abre e fecha, e sem resposta nenhuma, esse é o problema. Não temos uma resposta se vai abrir, se não vai abrir, é muito complicado”, reclama.

De acordo com o DER-PR, o fechamento é necessário para garantir a avaliação da encosta e da pista, além da segurança dos usuários. Foi registrado deslizamento em dois pontos do quilômetro 11.

Em um trecho de curva, a terra, vegetação e pedras atingiram a pista de baixo e deixaram a pista de cima sem calçamento no aterro. No segundo local, o deslizamento atingiu o aterro da pista.

O DER-PR diz que monitora os dois pontos e prepara novas avaliações, para chegar a um diagnóstico das condições da rodovia. O órgão recomenda que a região seja evitada, enquanto estiver chovendo na serra.

Devido ao grande volume acumulado de chuva, nos últimos meses, novos deslizamentos não são descartados.

O acesso até o limite dos bloqueios está liberado. O tráfego permanece interrompido entre os quilômetros 6 e 16.