Festival de Curitiba 2023 já tem ingressos à venda

Com mais de 350 atrações, a edição deste ano vai de 27 de março a 9 de abril. Os ingressos estão disponíveis no site oficial e na bilheteria do Shopping Mueller

Já estão à venda os ingressos para o Festival de Curitiba 2023. Com mais de 350 atrações, a edição deste ano vai de 27 de março a 9 de abril.  Com nova curadoria, a 31ª edição do FTC contempla estreias nacionais, espetáculos premiados, peças internacionais e a volta do Fringe, além de dança, circo, humor, música, oficinas, shows, performance e gastronomia. Os ingressos começaram a ser vendidos nesta terça-feira (14) pelo site oficial www.festivaldecuritiba.com.br e também na bilheteria física no Shopping Mueller (Piso L3).

“Nesta edição mantemos nosso mote de ‘Festival para Todos’, com uma programação que possibilita arte e entretenimento para todos os tipos de públicos, de forma acessível e diversificada, em diferentes pontos da cidade”, explica o diretor do Festival de Curitiba, Leandro Knopfholz.

MOSTRA LÚCIA CAMARGO

A Mostra Lucia Camargo tem nova curadoria, composta pela produtora e pesquisadora Daniele Sampaio, pela atriz e diretora Giovana Soar e pelo dramaturgo e crítico teatral Patrick Pessoa, que escolheu 32 espetáculos para representar a diversidade contemporânea do teatro nacional e internacional.

“A pluralidade e a diversidade de gêneros, textos, propostas e até mesmo de corpos e origens das companhias marcam o Festival de Curitiba. Um festival que é feito para todos e que precisa refletir também essa multiplicidade que o próprio teatro é”, disse Fabíula Passini, também diretora do Festival de Curitiba.

No Guairão, a peça de abertura é a montagem de “Hamlet” do grupo peruano Teatro La Plaza, composto por artistas com síndrome de Down. Entre as produções nacionais, destaque para Vera Holtz em “Ficções”, monólogo dirigido por Rodrigo Portela e para o aguardado “Intimidade Indecente” com Marcos Caruso e Eliane Giardini como o casal protagonista. 

Divulgação

Último trabalho dirigido por Jô Soares (1938-2022) no teatro, “Gaslight – Uma Relação Tóxica” é um dos maiores sucessos da história da Broadway. Com músicas de Zeca Balero e Newton Moreno, com a atuação do ator Cassio Scarpin (O Nino de Castelo Rá-Tim-Bum), “O Bem-Amado Musicado” é uma nova versão do clássico de Dias Gomes. No campo da dança, o célebre Grupo Corpo marca presença com duas peças, “Breu e Primavera”.

No Guairinha, a estreia nacional de “O Tempo e a Sala” é uma co-produção com o Festival de Curitiba. No elenco, atores curitibanos de sucesso nacional e o retorno de Simone Spoladore ao teatro, com direção e atuação de Leandro Daniel. “A Invenção do Nordeste”, desconstrói o mitos sobre “ser nordestino”,  “Prot{AGÔ}nistas”, dirigido por Ricardo Rodrigues e com 18 artistas no elenco, é uma mistura de teatro, música e circo, em um espetáculo para toda família, e “Tartufo” é Molière em versão musical expressionista e sem falas, que tem em sua trama central um falso devoto se infiltra na casa de uma família para se beneficiar de sua ingenuidade.

ESTREIA MUNDIAL

 A companhia holandesa Wunderbaum escolheu o Festival de Curitiba para sua estreia mundial da comédia musical “Square / Praça”. No espetáculo gratuito, na praça Santos Andrade, serão distribuídos um número limitado de fones de ouvido ao público. A peça mostra o cotidiano de uma praça pública com uma explosão sonora e sensorial. 

Dois espetáculos de dança contemporânea no Teatro da Reitoria: o surpreendente “c h ãO”, da dupla Marcela Levy e Lucía Russo e o vigoroso e tecnológico “Matéria Escura”, do grupo Cena 11. No mesmo palco, a Cia de Teatro de Heliópolis traz “Cárcere Ou Porque As Mulheres Viram Búfalos”, um dos espetáculos mais comentados de 2022, que recebeu o Prêmio APCA de Melhor Dramaturgia e indicado ao Prêmio Shell nas categorias Direção, Dramaturgia e Música.

O SESC da Esquina recebe “Karaíba” que fala da formação do Brasil sob a perspectiva dos povos originários com a maior participação indígena em elenco e produção já vistos em festivais de teatro no Brasil. “Desfazenda – me enterrem fora desse lugar”, do coletivo O Bonde, com direção de Roberta D’Alva e dramaturgia de Lucas Mura, repleta de ineditismos, é baseada no texto original “Como criar um corpo negro sem órgãos”. No aclamado “E.L.A”, a performance de Jéssica Teixeira chama para o debate anti-capacitista. Já “Tragédia”, do quarteto Quatroloscinco, apresenta leitura contemporânea do clássico grego Antígona, de Sófocles.

O Teatro Zé Maria recebe “Stabat Mater”, da premiada Janaína Leite, que é acompanhada no palco por sua própria mãe e pela figura de Príapo, em que articula de forma rígida temas historicamente inconciliáveis. Na estreia nacional de “Adoráveis Transgressões”, um cabaré selvático a partir da obra de Copi e Leonarda Glück que fala de família e representatividade trans e queer. Na mesma temática, “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” é um musical sobre a ativista que fundou a primeira casa para pessoas com HIV/Aids, do Brasil. No solo “Sobrevivente”, a atriz curitibana Nena Inoue investiga as origens e apagamentos na vida das mulheres de sua família. Já “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”, da Cia Dos à Deux, é uma história de amor contada sem palavras entre o teatro, a dança e as artes visuais.

Na Casa Hoffmann, “O Que Meu Corpo Nu Te Conta”, do Coletivo Impermanente, é uma experiência sobre temas universais como assédio sexual, gordofobia, racismo, etarismo e infertilidade. “Eu Tenho Uma História Que Se Parece Com a Minha” é uma instalação performance de Tetembua Dandara, que ativa suas emoções no palco com sua avó, Dirce Poli, de 95 anos, com interferências de sua mãe, Neuza Poli, e de sua irmã, Mafoane Odara, que contará com a preparação de comidas em que o público é convidado para uma experiência com vozes e sabores.

Dois artistas curitibanos com trajetórias importantes no teatro nacional estreiam espetáculos na Mostra Lucia Camargo. O renomado iluminador Beto Bruel estreia como diretor em “Ovos Não Têm Janela”, de Manoel Carlos Karam, no Auditório Poty Lazarotto, do MON. E em “Sonho de Uma Noite de Verão”, clássico de Shakespeare, o diretor Maurício Vogue promete uma versão alegre e divertida da obra, com apresentações no Dizzy Café Concerto.

MOSTRA SOLOS

Dentro da programação da Mostra Lucia Camargo, uma das novidades é a “Mostra de Solos”, com sede na Casa Hoffmann. As peças “O Grande Dia”, “Reencarnação Ao Vivo”, “Arqueologias do Futuro”, “Experimento Concreto e “Vienem por Mí” são cinco trabalhos que oferecem um pequeno panorama do alcance estético e social das produções teatrais de artistas que, de alguma forma, foram invisibilizados.

FRINGE

Após três anos revogada pela pandemia, o Fringe volta à programação do Festival de Curitiba reestruturado. Com parte de sua programação gratuita e acessível a todos os públicos, a mostra ocupa teatros, praças, parques e ruas de Curitiba e Região Metropolitana, com mais de 280 espetáculos, produzidos por aproximadamente 1800 artistas e técnicos vindos de 12 estados do Brasil e de outros países. 

O Fringe é uma mostra que não passa pela curadoria do Festival. Nela, companhias de teatro, circo, música, dança e outras vertentes artísticas do Brasil e de outros países participam por meio de cadastro voluntário.