Pedro Ribeiro
ágide meneghetti, faep, federação da agricultura do estado do paraná, g7, setor produtivoReprodução/Sistema FAEP

Um simples ofício, direto, com pouco mais de 10 linhas, encaminhado no dia 05 de julho de 2023, à coordenação do G7 – lideranças do setor produtivo do Paraná – vem causando desconfortos até hoje junto ao segmento que representa perto de 40% do PIB paranaense que hoje é a quarta economia do país.

O ofício foi um alerta para que uma entidade representativa como o G7 não pode – não é seu papel – se envolver com política partidária e sim, com negócios e desenvolvimento do Paraná. Nas entrelinhas, um recado que chama a atenção para o objetivo o grupo formado por lideranças genuínas com perfis estadistas.

O G7 não pode perder o norte, pois fora do eixo, do rumo, corre um sério risco de fragilizar os responsáveis pelo setor produtivo, deixa claro o notável ofício.

O ofício, dirigido à coordenação do G7, foi enviado por um dos mais destacados e representantes do setor agropecuário nacional, o empresário paranaense, Ágide Meneguette, que há mais de 20 anos preside o Sistema Faep – Federação da Agricultura do Estado do Paraná e hoje, também, o Senar Paraná.

Com a carta, Meneguette se despediu do G7. Ficou G6. Em seu recado, sobre tão difícil decisão, diz, em um dos trechos: “Embora os setores econômicos tenham várias pautas comuns, suas demandas nem sempre coincidem, o que acaba criando um certo desconforto para minha Federação. Naquilo que nos une, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná FAEP continuará solidária e dará o melhor do seu esforço na busca de solução”.

Ainda segundo Meneguette, “no entanto, por existirem pautas e decisões sem afinidades, que podem causar constrangimentos entre nós e as demais entidades do grupo, decidimos nos retirar do G-7 para focar apenas nos interesses dos produtores rurais. Agradeço a atenção que Vossa Senhoria tem nos dispensados, bem como os outros presidentes de federações”.

A partir de então, passados cinco meses, o líder do setor agropecuário paranaense tem se mantido em silêncio quando se trata de relacionamento com o Governo do Estado. Não está, porém, recluso e vem mantendo contatos diretos com a Frente Parlamentar do Agronegócio onde é respeitado no setor.

Recentemente, levou mais de quatro mil pessoas nas festividades do Agrinho que premiou perto de dois mil alunos e está programando um evento para cinco mil agricultores e agricultoras paranaenses com homenagem à ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Mas, longe do Palácio Iguaçu.

O estranho é que assessores do Governo do Estado parece que ainda não entenderam da importância que representa o agro para o Paraná e, consequentemente, sua representante, a Faep.

Um governo que quer chegar ao Palácio do Planalto, como vem se articulando, não pode prescindir do agronegócio paranaense.

E um grupo que se intitula representante do setor produtivo paranaense, não pode deixar de ter, em suas fileiras, o agronegócio paranaense hoje representado apenas pelas cooperativas.

Existe uma corrente dentro do G7 que quer a volta da Faep para que a entidade fortaleça ainda mais sua representatividade e sua defesa pela economia paranaense. Meneguette, no entanto, e todos sabem, não convive com o intolerável e sua postura em defesa do agro e da infraestrutura paranaense para o transporte dos produtos do campo, não vai mudar.