Economia
Geração distribuída pode reduzir apagões no Brasil

Geração distribuída pode reduzir apagões no Brasil

Objetivo é descentralizar o serviço e garantir estabilidade

Larissa Biscaia - sexta-feira, 22 de março de 2024 - 17:00

Os apagões recorrentes em meio aos fortes temporais chamam a atenção para a necessidade de ampliar o acesso à eletricidade. Uma solução pode ser a geração distribuída, a partir de fontes como solar e eólica. 

Em março, o Operador Nacional do Sistema (ONS) registrou um novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), atingindo 102.478 MW no início da tarde do último dia 15. 

“Apesar de ainda não sabermos se estes estão ou não diretamente relacionados ao pico de consumo de energia no país, eles servem de alerta para a necessidade de descentralizarmos a produção de energia, com sistemas de micro e minigeração de energia instalados em residências e empresas”, destaca Leandro Kuhn, da L8 Group, empresa especializada na industrialização e distribuição de sistemas fotovoltaicos.

Ele explica que, ao mesmo tempo em que a geração distribuída ajuda a aumentar a potência instalada do SIN, ela não deixa o consumidor dependente das operadoras que atuam no mercado regulado. Isso porque ela produz  própria energia, mesmo em caso de desabastecimento. 

De acordo com informações da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a energia solar representa 99,97% de todos os sistemas conectados de micro e minigerações distribuídas no Brasil. 

“O atual cenário demonstra que estamos em transição, mas o Brasil precisa avançar muito ainda neste setor para atender à demanda futura dos consumidores. Isso porque com a sociedade hiperconectada existe uma tendência mundial de se utilizar cada vez mais equipamentos de tecnologia e também há uma busca por meios de transporte mais sustentáveis como por exemplo os veículos elétricos e tudo isso requer mais energia”, ressalta Kuhn.

Atualmente, são mais de 3,4 milhões de unidades consumidoras que recebem créditos pela energia gerada e 78,68% dos sistemas estão instalados em imóveis residenciais. A energia solar é a segunda principal fonte da matriz energética brasileira, representando 17% de toda energia gerada no país, atrás apenas da hídrica, que detém 48,7% do mercado.

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