Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação

 

Como era previsto, o pedágio e a travessia do ferry-boat entre Matinhos e Guaratuba, deram o tom de como será a campanha política no Paraná neste ano. Começou cedo, já na virada do ano. Nesta quarta-feira, a circulação, nas redes sociais, de um video de 30 anos atrás, onde a repórter do SBT entrevistava o então governador do Estado e hoje senador da República, Alvaro Dias, sacudiu os bastidores da política.

A entrevista era sobre a construção da ponte ligando Caiobá a Guaratuba e datava de 1990, um ano antes de Alvaro Dias deixar o governo para Roberto Requião. Na conversa, o então ocupante do Palácio Iguaçu anunciava que havia encaminhado à Assembleia Legislativa, projeto do Executivo para a construção da ponte que, à época, já era uma reivindicação dos moradores e turistas que visitavam Guaratuba.

Idealizamos uma parceria com a iniciativa privada (hoje chamada PPP) e licitamos a obra. A empresa vencedora apresentou o projeto e formalizamos o contrato. O que estabelecia; a)obra sem ônus para o estado, b) a empresa durante 15 anos cobraria o pedágio com tarifa equivalente à do ferry-boat; c) depois desses 15 anos a ponte estaria liberada para a população transitar, sem pedágio”, disse Alvaro Dias.

Ainda segundo o hoje senador, a empresa vencedora da concorrência estava prestes a trazer de Florianópolis, onde se encontrava, os equipamentos para início das obras. Nosso governo terminou e os que acompanharam os fatos sabem o que aconteceu: simplesmente, nada”, lembrou.

Passados 30 anos e ainda não temos a ponte. Neste final de ano, foi um caos, com filas quilométricas e até mais de três horas de espera para a travessia.

Depois de Alvaro Dias vieram Roberto Requião, Jaime Lerner, Beto Richa e agora Ratinho Junior e a ponte continua sendo um pesadelo para os moradores e turistas de Caiobá e Guaratuba.

Alvaro Dias, pelo menos, tentou realizar este sonho. Só não concluiu a ponte porque terminou seu governo. E os outros que o sucederam?