(Foto: Bruno Slompo/CMC)

Hospitais privados de Curitiba devem apresentar dados de ocupação e plano de contingência

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Os hospitais privados de Curitiba, que não têm vínculo com o SUS (Sistema Único de Saúde) precisam apresentar dados de ocupação diariamente para a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), além de apresentar planos de contigência para o combate à covid-19. As decisões foram aplicadas em decreto publicado pela prefeitura de Curitiba nesta quinta-feira (11) e são válidas por 30 dias.

A determinação também estabelece que os hospitais privados devem prever remanejamento de, no mínimo, 50% dos leitos clínicos e cirúrgicos registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para atendimento exclusivo da covid-19 (casos suspeitos ou confirmados).

Essa exigência exclui os leitos destinados a obstetrícia, oncologia, cardiologia, nefrologia, oftalmologia e traumatologia (destinados a procedimentos cirúrgicos essenciais).

Os leitos destas especialidades poderão ser utilizados apenas para o atendimento de situações de urgência e emergência e cirurgia essenciais, a fim de evitar agravamento de quadros clínicos.

Por fim, o decreto determina que leitos disponíveis nos estabelecimentos hospitalares poderão ser objeto de requisição pelo SUS de Curitiba. O documento lembra que a gravidade do cenário atual exige a adoção de todas as medidas tecnicamente sustentáveis para contenção da transmissão de covid-19.

Vale lembrar que os hospitais públicos e privados de Curitiba operam há dias no limite e o entendimento comum é de que será impossível dar vazão à demanda caso a cadeia de contágio do coronavírus não seja interrompida. O crescimento consistente da fila de pacientes à espera por leitos é um sinal claro do colapso do sistema de Saúde, embora as autoridades não tenham assumido o termo oficialmente.

SMS APONTA QUE HOSPITAIS PRIVADOS NÃO AMPLIARAM TANTOS LEITOS

A secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, aponta que, desde o início da pandemia, o município se preparou com um amplo plano de contingência com ampliação de leitos SUS de UTI e clínicos para covid – foram ativados em Curitiba 447 leitos de UTI SUS e 556 clínicos SUS exclusivos covid-19, até a última quarta-feira (10/3).

No entanto, na rede particular, a ampliação de leitos não ocorreu na mesma intensidade.

“Com o recrudescimento da pandemia, passamos a atender pelo SUS um grande contingente de pacientes acometidos com a doença oriundos da rede particular e convênios, sobrecarregando ainda mais a rede municipal em um momento tão crítico. Precisamos que a rede privada também faça seu plano de contingência”, defende Huçulak.

“Em momento tão crítico, os leitos disponíveis não podem ser usados para cirurgias eletivas, por exemplo. Não é o momento para isso. Precisamos usar todos os recursos que forem disponíveis para o enfrentamento da covid-19.”, completou.

O último boletim da covid de Curitiba aponta que a cidade registra 151.838 casos e 3.116 mortes.

SINDIPAR EMITE NOTA E AFIRMA QUE ESTÁ BUSCANDO SOLUÇÕES PARA A FALTA DE LEITOS

O Sindipar (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná) emitiu nota nesta quinta-feira e afirmou que tem buscado junto dos parceiros formas de resolver o problema da falta de leitos em Curitiba e no restantw do estado.

Confira abaixo o posicionamento do Sindipar:

A respeito do Decreto 544/2021, da Prefeitura de Curitiba, a diretoria do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná – Sindipar informa que está em diálogo próximo com a Secretaria Municipal da Saúde para esclarecer dúvidas acerca da apresentação dos planos de contingência, de forma a chegarem a um modelo padronizado. O Sindipar informa ainda que, junto com seus afiliados e com as Operadoras de Planos de Saúde, vem buscando soluções para continuar atendendo da melhor forma possível os cidadãos curitibanos e paranaenses que procuram serviços hospitalares.