Hospital São Vicente promove live sobre doação de órgãos
De acordo com os dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, mais de 2 mil pessoas estão na lista de espera por um transplante no estado.
O Hospital São Vicente, de Curitiba, promove nesta quinta-feira (29) um live sobre doação de órgãos. A ação faz parte do Setembro Verde e tem como objetivo conscientizar sobre a importância da doação e manifestar seu desejo em vida. A live será transmitida pelo Instagram @saovicentecuritiba.
De acordo com os dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, mais de 2 mil pessoas estão na lista de espera por um transplante no estado.
“Queremos sensibilizar o maior número possível de pessoas, para que conheçam o tema doação de órgãos. Nós nunca saberemos quem viverá essa situação e se a viverá. Cogitar a possibilidade dessa vivência, por mais triste ou improvável que seja, pode promover conversas e manifestação de vontade declaradas dos familiares, o que é extremamente benéfico para todo o processo de doação de órgãos, além de ser maduro e nobre”, explica a diretora técnica do Grupo Hospitalar São Vicente, Dra. Cecília Vasconcelos.
A diretora mediará a live que contará com a presença da médica hepatologista Dra. Aline Moura, do médico intensivista Dr. Cauê Lima e da enfermeira coordenadora da UTI e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Jaqueline Nascimento.
A ação faz parte do Setembro Verde, mês dedicado a esclarecimentos sobre o tema. No último dia 27 foi comemorado o dia do doador de órgãos, tema que ainda é um tabu na sociedade.
O médico Cauê Lima relata que nos últimos oito anos aumentou o número de pessoas que sabem sobre o assunto, o que favorece a doação e faz andar a fila de transplantes. “Parece que a desinformação reduziu, porém, ainda há um grande tabu que é a aceitação da morte cerebral: é importante as pessoas compreenderem que o coração ainda está batendo, a mão ainda está quente, mas, que, apesar disso, a pessoa entrou em óbito. Essa aceitação é ainda a nossa maior dificuldade”, salienta o médico intensivista.
Com o propósito de difundir informações sobre o assunto, o Hospital São Vicente distribuiu panfletos em pontos comerciais ao redor da instituição. O material esclarece que qualquer pessoa pode fazer esse gesto e os órgãos que podem ser doados são:
- rins
- coração
- pulmão
- pâncreas
- fígado
- intestino
- tecidos (córneas, válvulas, pele e alguns ossos)
No material consta ainda que a doação só pode ser realizada com a comprovação da morte encefálica do paciente. O diagnóstico de comprovação tem várias etapas que são transparentes e explicadas para os familiares. Por isso, Dr. Cauê lembra da importância em criar um laço de confiança com a família do doador. “É um processo doloroso, então, é importante estabelecer um vínculo com a família para compreenderem todo o processo da doação de órgão, pois poderá durar horas ou até mesmo dias”, completa.
O processo de doação também pode abranger doadores vivos, como é o caso de transplante de rim e parte do fígado.
Após o consentimento dos familiares, o Sistema Estadual de Transplantes é notificado e faz a busca por pessoas compatíveis, seguindo os critérios de prioridade. A lista de espera do Sistema Estadual de Transplantes faz parte de uma única lista do Sistema Nacional de Transplantes, fiscalizada pelo Ministério da Saúde.
“É importante conversar sobre este tema e manifestar desejos de doação de órgãos. Isso traz conforto, clareza e união para família. Falar sobre doação de órgãos é um ato de amor e esperança”, afirma a médica Cecília Vasconcelos.