Imigração holandesa: há 111 anos, famílias chegavam ao Paraná

Os holandeses, juntos com outras colônias europeias, deram contribuição à agropecuária de municípios do estado e da região Sul.

O mês de junho de 2022 marca os 111 anos da chegada da imigração holandesa ao Paraná. As primeiras famílias chegaram ao município de Carambeí, na região dos Campos Gerais

Os holandeses, juntos com outras colônias europeias, deram contribuição à agropecuária de municípios do estado e da região Sul.

Essa colonização se estendeu a outros municípios do interior do Paraná, como Arapoti e Castro, onde Janet Bosch, filha de imigrantes e conselheira da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), vive atualmente.

“Minha mãe chegou ao Brasil em 1953 junto com a família de agropecuaristas, aos 17 anos. Já meu pai imigrou da Holanda para o Brasil sozinho, em 1960, aos 23 anos. Após o casamento, ele largou a profissão de mecânico para virar agricultor”, lembra. 

Janet conta que a língua holandesa sempre esteve presente na família, mas que é difícil manter, já que a integração com o povo brasileiro é uma realidade muito forte no dia a dia. Mas outros costumes permaneceram: “Eu e meus irmãos fomos criados dentro da cultura holandesa, por isso, muitas coisas estão presentes, como na alimentação, na religião e na educação. O hábito de toda a família se reunir em torno da mesa para fazer as refeições, por exemplo, é algo que tento manter”.

IMIGRAÇÃO HOLANDESA NA CULTURA E ECONOMIA DO PARANÁ

A imigração holandesa teve influência na cultura e economia do Paraná. Um dos exemplos é o caso das cooperativas, uma das principais fontes de renda da população. 

Janet Bosch conta que elas fizeram a diferença nessa integração desde a chegada ao Brasil. “O conceito de ajuda mútua presente nessas instituições faz com que a gente chegue muito mais longe, de forma coletiva e organizada. Nós ajudamos no fortalecimento do setor agropecuário do Estado e isso nos ajudou como pessoas. O resultado é uma comunidade unida e sólida”, destaca.

Um dos exemplos de cooperativas fundadas por imigrantes holandeses é a Castrolanda, que integra a marca de intercooperação Unium.

“A cultura holandesa tem a característica do empreendedorismo e isso está bem presente na cultura das cooperativas do grupo, faz parte do nosso trabalho”, diz Auke Dijkstra, gestor de estratégia e inovação da Unium.