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Janja, a primeira-dama da articulação com a sociedade civil

Janja, a primeira-dama da articulação com a sociedade civil

Janja, esposa de Lula, disse que vai cantar na posse do novo presidente, no dia primeiro de janeiro.

Pedro Ribeiro - terça-feira, 15 de novembro de 2022 - 10:07

Goste ou não, Lula foi eleito e governará o País. Goste ou não, Janja, que trabalhou na Itaipu, será a primeira-dama a partir de janeiro. Em entrevista no Fantástico, no domingo, Janja se mostrou uma pessoa articulada e disposta a auxiliar o marido em sua gestão. Ela disse que vai cantar na posse de Lula e que é importante o novo mandato transformar ‘esse ódio que a gente vive hoje em relações mais afetuosas’

Rosângela da Silva, a Janja, disse que quer “ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama. Seu papel será mais de articulação com a sociedade civil.

Janja revelou, emocionada, que sua mãe morreu de covid-19 e comentou os desafios da campanha, o relacionamento que teve com Lula enquanto o ex-presidente estava preso e os desafios que ela vê para o mandato que começa em janeiro de 2023.

Na entrevista à Poliana Britta e Maju Coutinho, Janja disse que conhece Lula desde a década de 1990, nos tempos das Caravanas da Cidadania, quando o petista percorria o País para discutir políticas públicas, e se aproximaram mais durante uma partida de futebol entre artistas e políticos, em um evento do Movimento Sem-terra (MST) em 2017, na cidade de Guararema (SP).

Segundo Janja, na entrevista deste domingo, os dias de vigília do cárcere foram um período muito difícil. “Foram 580 dias de tensão de saber se ele acordaria bem”, contou, mas disse que as cartas trocadas com o ex-presidente durante a vigília tinham “esperança e muito amor”.

A soltura de Lula, em 2019, “foi um momento de muita felicidade, disse ela. Um momento que a gente viu a esperança sair daquela prisão”. Depois disso, conta que puderam colocar em prática a união que já haviam combinado em cartas. Lula e Janja casaram-se em maio, em uma cerimônia com amigos e familiares durante a pré-campanha do ex-presidente.

Janja participou ativamente do processo, sendo a responsável, inclusive, pelo primeiro telefone de Lula para Simone Tebet (MDB) para buscar o apoio da senadora no segundo turno. Mas, durante a entrevista, ela garantiu que “nada foi nada planejado”. “Não tenho nenhum papel de articulação política”, afirmou.

A socióloga aproveitou para fazer um aceno para Tebet e para a deputada Marina Silva (REDE), que, segundo ela, foram importantíssimas para a disputa no segundo turno.

Ela respondeu, também, críticas sobre o seu envolvimento. “Sinceramente não me incomodei com isso, porque a opinião que importava para mim nesse momento de campanha era a do meu marido, se era importante para ele eu estar fazendo algumas coisas e estar do lado dele”, afirmou.

Durante a campanha, Janja também sofreu ataques por causa de sua aproximação com religiões de matriz africana. Durante a entrevista, reforçou a posição. “Ter sido atacada por conta disso não me diminui. Pelo contrário, acho que ser ligada a uma religião de matriz africana só me dá orgulho”, disse. “Eu sou aquela pessoa que se emociona na missa, com a fala do padre, e também se emociona com o tambor.” (Com Fantástico e Estadão).

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