A fala de Eduardo Bolsonaro desta quinta-feira (31) vai gerando muita repercussão. O deputado disse que a resposta do governo pode ser um novo AI-5 (Ato Institucional nº 5) caso a esquerda se radicalize. O período foi o mais duro da ditadura militar, quando, por exemplo, o Congresso foi fechado e torturas, por parte do governo, tornaram-se comuns.
Além deles, diversos partidos, como PT, PCdoB, MDB, PSB, PSOL, PCdoB, PDT e Republicanos também se posicionaram contra a fala de Eduardo. Por fim, a intenção é fazer o STF (Supremo Tribunal Federal) se posicionar sobre o caso. Segundo a Câmara Criminal do MPF (Ministério Público Federal), a legislação garante que apologia à ditadura militar é crime.
REPERCUSSÃO SOBRE A FALA DO AI-5
A deputada Joice Hasselmann foi um exemplo que se manifestou contra o filho do presidente.
“Atentar contra a democracia é crime! Está no artigo 5º da Constituição Federal. É inadmissível o flerte escancarado com o autoritarismo, em especial vindo de um deputado federal e filho do presidente da República. O Brasil não precisa de loucura, mas de equilíbrio e bom senso. Deus nos ajude”, publicou Joice.
“Fica muito claro o que essa gente quer. O AI-5 cassou mandatos, suspendeu direitos, e instituiu censura: o sonho dos autoritários. O sonho do clã. Não podemos permitir esse grave ataque à democracia”, completou.
ATENTAR CONTRA A DEMOCRACIA É CRIME! Está no art 5º da Constituição Federal. É INADMISSÍVEL o flerte escancarado com o autoritarismo, em especial vindo de um
dep federal e filho do PR da República. O Brasil não precisa de LOUCURA, mas de equilíbrio e bom senso. Deus nos ajude— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) October 31, 2019
Outras figuras também comentaram a forte declaração de Eduardo. Confira:
RODRIGO MAIA – PRESIDENTE DA CÂMARA
“O Brasil é uma democracia. Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras. A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo”, disse em nota.
FERNANDO HADDAD – CANDIDATO À PRESIDÊNCIA PELO PT EM 2018
“A única punição cabível é a perda de mandato”, disse à Folha de S.Paulo.
DAVI ALCOLUMBRE – PRESIDENTE DO CONGRESSO
“É lamentável que um agente político, eleito com o voto popular, instrumento fundamento do Estado democrático de Direito, possa insinuar contra a ferramenta que lhe outorgou o próprio mandato. Mais do que isso: é um absurdo ver um agente político, fruto do sistema democrático, fazer qualquer tipo de incitação antidemocrática. E é inadmissível essa afronta à Constituição”, disse em nota.
MARCO AURÉLIO MELLO – MINISTRO DO STF
“A toada não é democrática-republicana. Os ventos, pouco a pouco, estão levando embora os ares democráticos”, afirmou à Folha de S. Paulo.