Legado

Certa vez, numa palestra, me perguntaram se ainda era válido deixar imóveis para os filhos, para que pudessem deles vive..

Certa vez, numa palestra, me perguntaram se ainda era válido deixar imóveis para os filhos, para que pudessem deles viver no futuro.

Aí eu complementei: você, obvio, pensou em deixar coisas sólidas, palpáveis, firmemente assentadas, e não vento?

Ele respondeu que sim.

Aí eu disse: isso me faz lembrar de raízes, mas, infelizmente, lamento desapontá-lo, nos dias atuais, devemos deixar a nossos filhos asas e não raízes.

Asas para poder voar para novos desafios, novos horizontes e novas conquistas num mundo que muda diária e rapidamente.

Numa época em que propriedade era sinal de prosperidade- como no tempo de nossos avós- isso podia ser válido, mas, hoje, a prosperidade, a competitividade, está no que se sabe e não no que se tem.

Ademais, deixar coisas e não formação para nossos filhos é deixar de prepará-los para o competitivo mundo que se estabeleceu com a globalização e com a evolução tecnológica.

Minhas duas filhas tiveram que me dar, para livrar-se de minha tutela, uma formação universitária e uma experiência estudando e morando no exterior, sem brasileiros ao lado, por um ano. Paguei com prazer.

Foram meninas e voltaram mulheres.

Me agradecem até hoje, porque aprenderam que não precisam depender de ninguém para sobreviver.

Aprendi com meus pais que se ensina pelo exemplo mais que pela palavra e que se quisermos deixar algo para os filhos deixemos legado e nunca herança.

 

 

 

 

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