Leonaldo Paranhos coloca o fomento do empreendedorismo como norte para Cascavel

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O Paraná Portal segue com a série de entrevistas com os prefeitos eleitos nos dez municípios com maior participação na economia do estado.

Os prefeitos eleitos em Araucária, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e Toledo terão suas entrevistas divulgadas nas próximas semanas.

Após as metas estipuladas por Professora Elizabeth (PSD) em Ponta Grossa, Rafael Greca (DEM) em Curitiba e Ulisses Maia (PSD) em Maringá, a quarta entrevista é com o prefeito reeleito em Cascavel, Leonaldo Paranhos (PSC).

Nas eleições municipais de 2020, Paranhos conseguiu ser reeleito no primeiro turno, com 71,72% dos votos válidos, equivalentes a 112.181 votos.

Entre as principais metas para a gestão na Prefeitura Municipal, Paranhos aponta a criação da Agência de Fomento Cascavel e outras medidas para auxiliar o empreendedorismo na cidade.

Confira abaixo a entrevista completa com Leonaldo Paranhos, prefeito eleito em Cascavel na última eleição:

Uma das prioridades para a saúde pública em 2021 será a vacinação da população contra a Covid-19. Como o prefeito tem trabalhado nesse tema?

Mesmo sendo uma responsabilidade do Governo Federal disponibilizar a vacina para a população, nós chegamos a nos antecipar, pelo menos documentalmente, quando solicitei, ainda no ano passado, ao secretário de Saúde Thiago Stefanello, e ao procurador-geral do Município, Luciano Braga Côrtes a elaboração de um Procedimento de Manifestação de Interesse para cotação, junto aos laboratórios e fabricantes da vacina. A compra dos imunizantes, pelo menos nessa instante, não é possível porque o Ministério da Saúde assinou contrato de exclusividade da vacina CoronaVac com o Instituto Butantan.

Qual o planejamento para a retomada das aulas nas escolas municipais de Cascavel?

Nós estamos planejando o retorno às aulas já há alguns meses. Inicialmente a ideia era fazer um teste neste fim de ano retornando com as aulas em três ou quatro das 64 escolas municipais que temos, mas percebemos que ainda não era o momento.

Temos que ter responsabilidade. Nós estamos trabalhando para retornar no dia 8 de fevereiro. Claro que precisa ser um retorno seguro, mas a verdade é que não podemos consolidar esse afastamento das crianças da escola. É um movimento muito difícil convencer as crianças que tem que ficar.

As crianças precisam do ambiente escolar. Um longo período sem aulas acaba programando as crianças a ficarem em casa. Pode ser que a gente tenha que ter um sistema híbrido, dois modelos com as crianças voltando gradativamente.

A Prefeitura de Cascavel pretende aumentar impostos para recuperar os impactos financeiros da Covid-19?

O município já trabalha de forma recorrente com incentivos para regularização de impostos, que deve sempre vir antes de qualquer discussão sobre aumento. Além disso, tivemos grande evolução em captação de recursos ao longo dos últimos anos, o que nos permite redução de gastos em outras frentes e o equilíbrio das contas. Encerramos o exercício superavitário em 2020. Mas claro, contamos com uma equipe atenta.

Cascavel é um dos polos agroindustriais do Paraná. Como o prefeito avalia a importância do setor na geração de empregos e riquezas no município?

O agronegócio está no nosso DNA, na nossa essência. Cascavel é a Capital da Produção, um celeiro para o mundo. O agronegócio é o principal gerador de empregos não só em Cascavel, mas na nossa região e precisamos criar mecanismos para cresça ainda mais, criando oportunidades para que a nossa produção seja industrializada aqui mesmo, agregando valor e gerando mais empregos.

O poder público tem a obrigação de facilitar a vida do produtor rural e nós estamos fazendo isso. Investimos em melhorias no interior com mais de 130 km de estradas asfaltadas, além de pavimentação com pedras irregulares e adequações de estradas, num total de aproximadamente 400 km.

Mesmo em crise econômica, quais investimentos o prefeito vê como essenciais para o início do próximo mandato?

A cidade não pode parar, sabemos que a pandemia mexeu profundamente com a economia do mundo todo e em Cascavel não foi diferente.

As economias que fizemos ao longo dos últimos anos nos permitiu a realização de muitas obras como, a Escola da Transparência, construída com recursos economizados nas licitações do uniforme e já autorizamos a construção de uma segunda unidade. Com essas economias, criamos musculatura para novos investimentos.

Agora, em 21, a saúde continuará sendo prioridade e os investimentos serão essenciais, até porque a pandemia ainda não acabou, voltamos a ampliar o atendimento específico para pacientes sintomáticos e esses investimentos terão que continuar. A educação sempre fez parte das nossas prioridades e entramos o ano novo já com obras iniciadas nas últimas semanas para reformar e ampliar as unidades escolares. No primeiro dia do ano anunciamos um pacote de investimentos de R$ 130 milhões em diversas áreas.

O sistema de saúde de Cascavel foi muito exigido durante a pandemia. Qual o planejamento para a contratação de novos profissionais e na ampliação de estrutura do setor para os próximos quatro anos?

Por lei, somos obrigados a investir 15% do orçamento na Saúde, mas nós fomos além, estamos investindo 34,4%. Nos últimos quatro anos foram mais de R$ 1 bilhão em investimentos na saúde.

Existem limitações legais para a ampliação do quadro de servidores, mas o Município busca alternativas para preencher a demanda, conforme o crescimento da estrutura que vem avançando consideravelmente. No momento, a Secretaria de Saúde segue fazendo as reposições dos servidores que se aposentam ou pedem exoneração. A estrutura existente é suficiente para atender a demanda atual da população, mas já existem novas USFs (Unidades de Saúde Familiar) em construção, que serão abertas com a ampliação das equipes em 2022.

Um dos planos de campanha apontados pelo prefeito durante a campanha foi a criação da Agência de Fomento Cascavel? Qual o planejamento para criar esse serviço e como ele irá auxiliar o cidadão da cidade?

Agência de Fomento é um projeto que pretendemos tirar do papel para estimular pequenos e médios empreendedores. O projeto é embrionário, mas tem como objetivo trabalhar políticas de incentivo ao crédito e, até mesmo, agrupar outras ações que já estão em andamento, como o Banco da Mulher Cascavelense, por exemplo.

Na prática, seria uma agência para habilitar e operacionalizar recurso. O município subsidiaria os juros. Também há possibilidade de favorecer pequenos produtores rurais que, muitas vezes, não têm um CNPJ, apenas CPF, e encontram dificuldade em ter acesso a uma linha de crédito.

Cascavel e diversos municípios da Região Oeste passam por uma crise hídrica neste momento. A Prefeitura tem algum planejamento para mitigar os efeitos do racionamento de água, em especial para a população mais carente?

Não se trata de uma discussão reduzida as divisas do município. O tema hídrico é pauta do Estado e seguramente vamos potencializar o debate com foco em mitigar os efeitos. É importante lembrar que estamos cercados por grandes reservatórios que impactam a região. Agora, presidindo a Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), vamos engajar prefeitos para o diagnóstico, planejamento e ações.

O prefeito faz parte da base do governador Ratinho Junior. Como essa proximidade com o governador é importante para o município?

Sou amigo do governador de longa data, mas essa amizade não pode ser pretexto para pedir recursos, tem que ter bons projetos. Para fazer a reivindicação eu tenho que chegar no gabinete do governador, colocar o projeto sobre a mesa, mostrar que é viável. É claro que que fazer parte da base do governador facilita as coisas por estarmos mais próximos.

Na sua visão, o que fez com que a população de Cascavel decidisse escolher a senhor como prefeito por mais quatro anos?

A eleição do ano passado foi diferente, totalmente fora dos meus padrões de fazer campanha. Eu gosto dos abraços, das grandes reuniões e esse ano foi diferente. Não fiz uma reunião sequer em empresa.

Eu não considero o resultado como sendo do período eleitoral, mas a história de quatro anos de governo muito próximo da população, inclusive assumindo nossos erros, equívocos e limitações.

A população reconheceu nosso trabalho e se identificou com a gestão que desde o início foi uma administração transparente, de avanços e diálogo com a sociedade.

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