Mata Atlântica em Pé: operação quer combater o desmatamento

Além do Paraná, outros 16 estados do Brasil buscam combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas do bioma

A 6ª edição da operação Mata Atlântica em Pé foi iniciada nesta segunda-feira (18). Além do Paraná, outros 16 estados do Brasil buscam combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas do bioma. 

Essa é uma ação conjunta entre os Ministérios Públicos e demais órgãos envolvidos, como a Polícia Ambiental, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Instituto Água e Terra e a Polícia Científica. 

As fiscalizações seguem até 29 de setembro, quando serão contabilizadas as áreas desmatadas e as infrações identificadas. Durante a operação, as equipes visitam áreas identificadas com possível ocorrência de degradação. As localizações são mapeadas principalmente a partir da utilização de tecnologia do projeto MapBiomas, ferramenta que permite a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos. 

Quando detectados os ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal, além de estarem sujeitos às sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais. Em 2022, a operação Mata Atlântica em Pé identificou 11,9 mil hectares de vegetação suprimida ilegalmente em todo o país, alcançando o montante de R$ 52,4 milhões em multas aplicadas.

Historicamente, os estados que apresentam os maiores índices de desmatamento são Minas Gerais, Bahia e Paraná. 

Brasil perdeu 20 mil campos de futebol de florestas nativas

Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, com última atualização de maio deste ano, mostram uma perda de 20.075 hectares, número equivalente a 20 mil campos de futebol, de florestas nativas no período 2021-2022. 

Apesar de representar uma redução de 7% em relação a 2020-2022, a área desmatada é a segunda maior dos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica – de 11.399 hectares, entre 2017 e 2018. 

Segundo o levantamento, apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% aconteceram em propriedades privadas – reforçando que as florestas vêm sendo destruídas sobretudo para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. 

A especulação imobiliária, especialmente nas proximidades das grandes cidades e no litoral, também é apontada como outra das causas principais.